Disco Nota 11: “Who’s Next” – The Who

Paulo Fernandes

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O PROJETO LIFEHOUSE

Logo depois do lançamento do álbum “Tommy”, de 1968, Pete Townshend começou a trabalhar num projeto ainda mais ambicioso do que aquela ópera-rock, chamado “Lifehouse”.

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O tal projeto envolvia músicas interligadas, tratamento por sintetizadores, show conceitual e até um filme para o cinema. Acontece que por mais esforço que despendesse, Townshend não conseguia fazer suas mirabolantes idéias se concretizarem. Algumas músicas chegaram a ser gravadas em um estúdio de Nova York, até que Townshend se desentendeu feio com o produtor Kit Lambert, e a coisa toda voltou a estaca zero. O baque foi tão grande que o líder do Who pensou até em suicídio.

O PRÓXIMO, POR FAVOR

De volta a Londres o Who resolveu gravar um novo álbum, que deveria ser (e foi!) uma virada de página para a banda que estava até então marcada pelo fantasma de “Tommy”.

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Para as músicas gravadas em Nova York foram feitas novas tomadas, dessa vez com Glyn Johns como produtor, juntamente com a banda.

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O que começou com estigma de fracasso resultou no melhor álbum de estúdio do Who, e um dos maiores da história do rock: “Who’s Next”, lançado em 1971.

MONOLITO MIJADO

A produção de Glyn Johns revelou-se um sopro de alento e de novidade para Who. Townshend pode usar seus novos brinquedinhos, sintetizadores ARP e VCS3, no álbum e os arranjos das músicas, potencializados por então inovadores recursos de estúdio, fizeram o som do Who avançar anos-luz do que era até então. É claro que tanta sofisticação desagradou alguns fãs mais empedernidos do passado mod da banda.

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A capa revela essa evolução, não sem pilhéria e provocação. Assim como no filme “2001, Uma Odisséia no Espaço” de Stanley Kubrick, no qual um monolito negro aparece sempre que a humanidade está prestes a dar um salto evolutivo, um bloco de concreto monolítico aparece na capa do álbum. A galhofa do Who, no caso, é que o bloco de concreto aparece batizado com a urina dos 4 músicos, enquanto no filme o monolito negro é motivo de reverência por parte dos homens.

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Duas versões rejeitadas (ainda bem!) para a capa

NUMBER 9, NUMBER 9…

São nove canções irrepreensíveis e perfeitas, sendo que muitas delas se tornaram clássicos eternos da banda e presença constante em seus shows subsequentes.

'THE WHO'  Scan

“Who’s Next” é disparadamente meu álbum favorito do Who e é daquele tipo de disco que eu guardo na memória o momento mágico e transformador no qual escutei-o pela primeira vez.

A maravilha começa com Baba O’Riley, com direito a piano e solo de violino. Homenagem de Townshend ao seu guru Meher Baba e ao compositor minimalista Terry Riley.

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E continua entremeando hard rocks excitantes com baladas inspiradas (destaque para a linda Behind Blue Eyes), para terminar de forma explosiva com o petardo Won’t Get Fooled Again.

Algumas edições especiais de “Who’s Next” trazem saborosas faixas extras: as músicas gravadas em Nova York e versões alternativas das canções do álbum.

FAIXAS

Todas as faixas compostas por Pete Townshend, com exceção da indicada.

Lado 1

1) Baba O’Riley

2) Bargain

3) Love Ain’t For Keeping

4) My Wife (John Entwistle)

5) The Song Is Over

Lado 2

1) Getting In Tune

2) Going Mobile

3) Behind Blue Eyes

4) Won’t Get Fooled Again

MÚSICAS

Ouça o álbum completo (faixa por faixa):

 

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