O “Boléro” de Ravel e o Rock

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Fragmento do quadro “Bolero de Ravel” de Salvador Dalí

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No texto sobre White Rabbit do Jefferson Airplane, eu falei sobre como esta música foi influenciada pelo “Boléro” de Maurice Ravel. A partir desta premissa, eu resolvi então pesquisar outras músicas do rock que homenageiam a brilhante peça orquestral do compositor francês.

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Maurice Ravel

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MULHER NOTA 11

A primeira vez que eu ouvi o “Boléro” foi no filme de Blake Edwards, “Mulher Nota 10” (“10”) de 1979. O personagem George (Dudley Moore), um famoso compositor de meia idade, está obcecado pela bela e jovem Jenny (Bo Derek) desde que a viu pela primeira vez no dia do casamento dela. George vai atrás do seu objeto de desejo na lua de mel dela no México. Em determinado ponto do filme, após seu marido ter se acidentado, é Jenny quem acaba seduzindo George ao som do “Boléro”. Ela diz a ele que esta música tem um forte efeito afrodisíaco. Será?

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Bo Derek e Dudley Moore em “Mulher Nota 10”

Um detalhe pitoresco do filme acontece na sequência em que George vê Jenny pela primeira vez: ele diz que “numa escala de 0 a 10, ela merece um 11”.

Parece naquele período da história, no qual o filme foi lançado, o “Boléro” estava na moda, depois em 1981 ele aparece com destaque em outro filme: “Retratos da Vida” (“Les Uns et Les Autres”) de Claude Lelouch.

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O BOLÉRO QUE NÃO É BOLERO

Pelo menos não a dança de origem cubana “dois pra cá, dois pra lá” com a qual estamos muito acostumados aqui no Brasil. Porém tanto o gênero musical, quanto a peça clássica possuem forte influência de ritmos espanhóis.

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Jorge Donn em “Retratos da Vida”

O “Boléro” foi originalmente criado para balé e possui uma estrutura singular: tanto seu ritmo quanto seus dois temas melódicos são invariáveis e se repetem ao longo de mais de 15 minutos de duração. O que varia ao longo da obra, e aí está a prova da genialidade de Ravel, é sua intensidade e sua orquestração que, a cada repetição, ficam mais fortes e com mais instrumentos participantes. É este crescendo constante que confere tanto brilho à música mais famosa de Ravel.

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O BOLÉRO NO ROCK

Surpreendi-me com a quantidade de rocks que, de uma maneira ou de outra, bebem na fonte do “Boléro”. O elemento mais utilizado por estas músicas é o ritmo, seja em determinados trechos ou durante toda a música, como em Beck’s Bolero do Jeff Beck Group e Abadon’s Bolero do Emerson Lake & Palmer, esta última ainda utiliza o efeito de crescendo – que é o caso também de White Rabbit.

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MÚSICAS 

Beck’s Bolero – Jeff Beck Group

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Abaddon’s Bolero – Emerson Lake & Palmer

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Lizard (Bolero – The Peacock’s Tale) – King Crimson

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The Knife – Genesis

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The Bomber – James Gang (a partir dos 3’33”)

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How Many More TimesLed Zeppelin (a partir dos 4’30”)

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School’s Out – Alice Cooper (no refrão)

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The Ides of March – Iron Maiden (a partir dos 0’40”)

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Boléro – Frank Zappa 

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Boléro – Scorpions

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Boléro – Orquestra Filarmônica de Viena – Gustavo Dudamel

 


 

 

 

3 comentários sobre “O “Boléro” de Ravel e o Rock

  1. mauro.pastinha@hotmail.com
    E.MAILS=2017-329 – 25/Sábado = 03:07-hbv
    DISCO NOTA 11 – O BOLÉRO DE RAVEL E O ROCK
    – Via R O C K O N T R O – Paulo Fernandes
    Mais um show de bola de nosso Amigo Paulo. É quase a continuação do meu
    e.mail 2017/321, de sábado=18 passado. – Manteve o alto padrão anterior.
    PAZ & BEM, E ATÉ AMANHÃ, SE DEUS NOS PERMITIR.

    Curtido por 1 pessoa

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