Paulo Fernandes
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OS BARÕES
Primeiro houve um Barão Vermelho, o aviador alemão Manfred von Richtofen, que lutou na Primeira Guerra Mundial, com seu avião triplano Fokker vermelho, e é reconhecido como um dos maiores ases da aviação de todos os tempos.
Quanto ao Barão Vermelho brasileiro, poderíamos dizer que na verdade são dois grupos semelhantes, mas diferentes. Um foi capitaneado por Cazuza e o outro é (ou foi?) por Frejat. Para nossa sorte ambos são excelentes e até hoje eu não sei qual é o melhor.
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O QUEEN INSPIROU O BARÃO
Conta a lenda que, após assistirem a um show do Queen em São Paulo, os amigos cariocas Guto Goffi e Maurício Barros decidiram montar uma banda de rock. E assim fizeram, o Barão Vermelho nasceu em 1981 com Guto (bateria) e Marcelo (teclados) completado por Dé (baixo) e Frejat (guitarra).
O quarteto passou a ensaiar na casa de Marcelo, porém havia um problema: nenhum deles sabia ou queria cantar. O primeiro vocalista a ser testado foi o goiano Léo Jaime, porém a parceria não vingou. Mesmo não sendo aceito Léo Jaime, que já participava de outros projetos, indicou um conhecido chamado Agenor de Miranda Araújo Neto, que atendia pelo codinome Cazuza.
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O VOO DO PRIMEIRO BARÃO
Com Cazuza nos vocais o Barão Vermelho estava preparado para alçar voo. O primeiro álbum, “Barão Vermelho”, foi lançado em 1982, seguido por “Barão Vermelho 2” de 1983.
Apesar das letras de Cazuza serem acima da média das musicas de rock e do esforço da turma, o sucesso ainda não tinha acontecido. Foi graças a Ney Matogrosso, ao gravar a música Pro Dia Nascer Feliz, que as rádios passaram a tocar as músicas do grupo. Em 1984 com a música tema do filme “Bete Balanço” o Barão Vermelho finalmente conquistou o Brasil. O sucesso seria consolidado com o lançamento do terceiro álbum: “Maior Abandonado”, de 1984, e nas apresentações do Rock in Rio de 1985.
Quando tudo parecia um “céu de Brigadeiro”, o Barão Vermelho sofre com turbulências: Cazuza, que queria se expressar de outras formas além do rock, anunciou sua saída da banda em 1985. Por conta disso a amizade entre Cazuza e Frejat ficou com estremecida por algum tempo.
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O VOO DO SEGUNDO BARÃO
Muitos apostaram que seria o fim do grupo, porém após uma parada para reparos em 1986 o Barão Vermelho estava pronto para decolar novamente, agora com Frejat nos vocais.
Ao contrário de muitas cisões em grupos de rock, a separação acabou por ser salutar tanto para Cazuza, que iniciou uma promissora carreira solo quanto para o Barão, que agora podia, musicalmente, se aproximar mais de seus ídolos roqueiros (como Rolling Stones, Led Zepellin e Deep Purple).
Apesar de estar novamente voando, o Barão demorou um pouquinho a alcançar novamente a rota do sucesso, foi só em 1988 com o disco “Carnaval” que o prestígio e popularidade do grupo voltaram aos níveis anteriores.
Este segundo Barão é mais pesado e mais roqueiro que o primeiro, que era bem bluseiro e influenciado pela MPB.
Embora enfrentando alguns percalços o Barão Vermelho entrou com bastante prestígio na década de 1990. Cazuza morreu em 1990 e foi homenageado por sua antiga banda com a bela canção O Poeta está Vivo.
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PARADA NO HANGAR
Em 2001 a banda resolve dar uma pausa e seus integrantes desenvolvem projetos solo. Retornaram em 2004 e em 2007 fazem uma nova parada.
O Barão Vermelho (ou os 2) conseguiu escrever seu nome na história do rock, sendo um dos destaques daquela geração oitentista que renovou o rock nacional e é referência e influência para as novas gerações tão carentes daquele brilho do passado.
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MÚSICAS
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