Juntos Estamos de Pé, Divididos Caímos

Paulo Fernandes

 

“Together We Stand, Divided We Fall”. Esse verso encerra a música Hey You, minha preferida do álbum “The Wall” do Pink Floyd. Encerra também uma constatação: a balança tinha pendido para o lado de Roger Waters. Com “The Wall”, Waters tomou para si, de forma até autoritária, a tarefa de ditar os rumos (todos!) que a banda deveria seguir.

David Gilmour e Roger Waters

David Gilmour e Roger Waters

.

DUAS CABEÇAS

Existe aquele ditado “Duas cabeças pensam melhor que uma”, ou por vezes fazem uma besteira ainda maior. Mas vamos nos concentrar no lado positivo da questão.

Temos vários exemplos de conjuntos de rock com liderança compartilhada, geralmente entre dois de seus componentes: Beatles, Rolling Stones, Clash, Pink Floyd, Queen, Supertramp, Smiths,  etc.

paul_john_01_CP

Paul McCartney e John Lennon

Temos também o caso de que a própria banda já é um duo: Simon & Garfunkel, Tears for Fears, Everything but The Girl, Pet Shop Boys, Eurythmics, White Stripes, Air, etc.

.

YIN E YANG

Vemos na maioria dos exemplos que citei, e em tantos outros, talentos que parecem antagônicos, mas que na verdade se complementam e quem sai ganhando somos nós. Alguém consegue pensar em Rolling Stones sem Jagger ou sem Richards? O engraçado é que isso quase aconteceu, quando Keith estava totalmente afundado (mais!!!) nas drogas.

Mick Jagger e Keith Richards

Mick Jagger e Keith Richards

.

A DIVISÃO ENFRAQUECE

Em minha opinião, em 99% dos casos, a separação desses talentos, seja qual for o motivo, resulta em duas partes não tão boas quanto o todo anterior.

Os Beatles se separaram antes de uma ruptura, mas Beatles sem Lennon ou sem McCartney é algo impensável. A saída de Mick Jones do Clash deixou a banda sem rumo e um só disco, o fraco “Cut the Crap”, decretou seu fim.

Mick Jones e Joe Strummer

Mick Jones e Joe Strummer

 

Algumas duplas divididas:

Lennon e McCartney  (Beatles)
Gilmour e Waters (Pink Floyd)
Strummer e Jones (The Clash)
Morrissey e Marr (The Smiths)
Davis e Hodgson (Supertramp)
May e Mercury (Queen)
Simon e Garfunkel (idem)
Orzaball e Smith (Tears for Fears)

O caso do Queen foi diferente, já que Freddie Mercury morreu. Embora eu pense ser inútil a tentativa de Brian May e Roger Taylor de querer continuar usando o nome Queen sem Mercury, pois sempre haverá inevitáveis comparações.

Freddie Mercury e Brian May

Freddie Mercury e Brian May

O Pink Floyd continuou com qualidade, mas sem brilho, sem Waters. Este por sinal embarcou numa carreira solo mediana e só se segura nos shows…. tocando músicas do Pink Floyd. Caso bastante semelhante é o do Supertramp e a defecção de Roger Hodgson.

Menção honrosa vai para Morrissey, que segue firme numa excepcional carreira solo, enquanto Johnny Marr parece nunca ter se acertado num patamar que seu talento merece após o fim dos Smiths.

Morrissey e Johnny Marr

Morrissey e Johnny Marr

 .

A TERCEIRA FORÇA

Outra coisa interessante, e que aconteceu, entre outros, com Beatles, Clash e Pink Floyd, é a existência de uma terceira força dentro do grupo. Aquele elemento que dá um tempero inconfundível e sem o qual nenhuma dessas bandas seria o que é. Parabéns ao talento e à presença de George Harrison, Paul Simonon e Richard Wright.

George Harrisson

George Harrisson

 Os Rolling Stones também tiveram esse terceiro elemento na figura de Brian Jones, se melhor ou pior o fato é que continuaram sem ele, mas com uma sonoridade um tanto quanto diferente.

.

AH, MAS E..

Sei que muitos (ou não) podem discordar do que falei aqui, pensar que fui injusto, principalmente com Ringo Starr ou Nick Mason, que talvez tenha esquecido de mencionar algum grupo, mas “faz parte do ‘nosso’ show”. Aliás Barão Vermelho é bom com e sem Cazuza, e Cazuza é bom com e sem Barão Vermelho. Que caso interessante!

Interessante também é o Led Zeppelin, um líder inconteste: Jimmy Page e 3 figuras fundamentais e imprescindíveis: Robert Plant, John Paul Jones e John Bonham.

O que o rock uniu, a vaidade não deveria separar!

.

MÚSICAS

Clique na imagem abaixo para ouvir e ver:

paul_john_01_GV

Um comentário sobre “Juntos Estamos de Pé, Divididos Caímos

  1. Direto para meu e.mail 2015/035.1, deste domingo=08/02. Disco nota 11 — Aula (show de bola) nota 12 — e Vídeos notas l3, l4, l5, etc. etc. etc.- Sempre agradecido pela deferência. SHOW DO COMENDADOR PASTINHA/Anápolis-GO..

    Curtir

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s