Disco Nota 11: “Screaming for Vengeance” – Judas Priest

Paulo Fernandes

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PICKPOCKET

Sim, é isso mesmo! Você não leu errado o nome do autor deste artigo. E esse é o segundo (se contarmos o do “Blackout” dos Scorpions), e muito provavelmente o último, artigo que escrevo aqui sobre uma banda de heavy metal. Claro que não é sobre um disco qualquer de uma banda qualquer, mas sim a bíblia do heavy metal responsável, para o bem ou para mal, por definir todas as estruturas básicas do gênero. Falando mais a minha língua: um disco de rock muito bom, cheio de ideias e que não me cansa como a maioria de outras bandas “clássicas” do metal em geral.

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Meu primeiro contato com a música do Judas Priest, por volta de 1984, exatamente com este “Screaming for Vengeance”, que escutei, em casa, num disco de um amigo de um amigo. A propósito achei estranho que a capa desse exemplar estava com marcas de dobras. Depois fiquei sabendo que o sujeito havia furtado o disco de uma loja colocando o vinil dentro de outro álbum (que ele pagou). A capa ele dobrou e colocou por dentro da roupa.

Mas deixemos os detalhes criminosos de lado, nessa época uma notícia chamara-me a atenção: o Judas Priest era o grupo de rock favorito dos japoneses. Ouvi o disco e gostei muito. O dono até quis me vender por um preço módico, mas não eu recusei (confesso que não pela forma pela qual ele o obteve e sim pela capa que ficou bastante danificada com as dobras).

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VETERANOS DO METAL

O que eu não sabia era que o Judas Priest já era uma banda veterana, nascida em 1969 na cidade inglesa de Birminham, e este, de 1982, era seu oitavo álbum lançado.

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O que me faz gostar do Judas Priest é exatamente o que faz deste disco um Nota 11: peso com qualidade melódica. A voz estridente de Rob Halford é super afinada e teatral, mas sem enjoar; as guitarras complementares de K.K. Downing e Glen Tipton são matadoras. Completam esse time bem entrosado: Ian Hill no baixo e Dave Holland na bateria.

 Judas Priest

O Judas Priest é pioneiro na estética metaleira surgida em meados da década de 1970 e que iria florescer na próxima década: seja nas roupas que abusavam de couro preto e adereços metálicos, seja na atitude de violência latente e ira mal contida. Mas é na estética musical que o Judas Priest deixou seu nome na história do rock: à união de peso, velocidade, temas violentos soma-se, aquilo que separou o heavy metal do hard rock, a supressão da influência do blues (tão presente na música de grupos como o Led Zeppelin e o Deep Purple).

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GRITANDO POR VINGANÇA

Com todos esses antecedentes, podemos dizer que “Screaming for Vengeance” é um clássico definitivo. São 10 faixas de altíssima qualidade, com destaque para os hinos Electric Eye e Screaming for Vengeance e, talvez a música mais conhecida do grupo (rivalizando com Breaking the Law do álbum British Steel) You’ve Got Another Thing Coming, música esta que quase ficou de fora do álbum.

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Quando no ano passado eu comprei a edição comemorativa de 30 anos em vinil duplo amarelo, eu tive receio de, passado tanto tempo, não me emocionar mais com este álbum. O receio foi dissipado aos primeiros acordes de “The Hellion” e aumentei o volume de tal forma que devo ter incomodado os vizinhos, mas também havia um tecnobrega tocando na rua que foi totalmente abafado pelo peso do JP. Penso que fiz uma boa ação.

 Judas Priest Logo

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FAIXAS

Todas as faixas compostas por Halford, Downing e Tipton, exceto a indicada.

Lado A

1) The Hellion
2) Electric Eye
3) Riding on the Wind
4) Bloodstone
5) (Take These) Chains (Bob Halligan Jr.)

Lado B 

1) Pain and Pleasure
2) Screaming for Vengeance
3) You’ve Got Another Thing Comin’
4) Fever
5) Devil’s Child

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MÚSICAS

Ouça o álbum completo (+ bônus):

Um comentário sobre “Disco Nota 11: “Screaming for Vengeance” – Judas Priest

  1. Esse disco do JP é mil vezes melhor do que aquele tédio que é o “Love at First Sting” dos Scorpions (um disco que não consigo me simpatizar nem a pau!)

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