Blind Guardian: O guardião cego enxerga longe

Alanzera

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Mencionei no artigo sobre o Angra que um amigo havia me emprestado uma fita com as músicas do primeiro álbum da banda, “Angels Cry”. Pois esse mesmo amigo, não me lembro se antes ou depois disso, também me emprestou uma K-7 com o disco  “Imaginations from the Other Side”, da banda alemã Blind Guardian, com a promessa de que aquele som ajudaria a me concentrar nos estudos.

Foi como um soco na boca do estômago. A começar pelo vocal de Hansi Kürsch, que lembra um pato sendo esganado. A bateria de Thomas Stauch e o baixo tocado nesse disco pelo próprio Hansi são uma metralhadora cuja munição parece nunca cessar. A guitarra base de Marcus Siepen pavimenta o terreno para os solos de André Olbrich que, mesmo não sendo um virtuose no instrumento, consegue adequar perfeitamente os agudos de sua guitarra com a proposta musical do grupo e com a voz de Hansi.

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Por falar em proposta musical, o “Guardião Cego” é uma das bandas mais mutantes do gênero metal. O speed metal cru e visceral de “Battalions of Fear” (álbum de estreia, de 1988) e de “Follow the Blind”, também se mostra presente (ainda que em menor grau) em “Tales from the Twilight World”, porém evolui para um power metal um pouco mais elaborado no seu sucessor, “Somewhere Far Beyond”. Nesses dois últimos álbums foram introduzidos backing vocals e melodias mais bem trabalhadas. Em “Somewhere…” até um inusitado cover do QueenSpread your Wings – foi gravado.

Já o quinto disco de estúdio, “Imaginations from the Other Side”, é considerado por muitos fãs a obra-prima da banda. Um power metal medieval de qualidade soberba, onde os coros, agora incorporados definitivamente ao som da banda, ajudam a criar um clima sombrio e totalmente adequado às letras escritas por Hansi.

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Fã da literatura de J.R.R. Tolkien, cuja obra já havia servido de inspiração para várias canções da banda (Majesty, By the Gates of Moria, Gandalf’s Rebirth, Lord of the Rings, The Bard’s Song – The Hobbit), Hansi – que gosta de jogar xadrez e beber chá antes dos shows – imortalizou essa homenagem no disco seguinte: “Nightfall in Middle-Earth”, produzido por Charlie Bauerfeind (Angra, Helloween, Saxon), é um álbum conceitual baseado no livro “O Silmarillion”, de Tolkien. O disco mescla músicas com narrativas sobre as histórias e batalhas ocorridas na Primeira Era da Terra Média, universo criado pelo escritor inglês. Suas letras são envoltas em magia e encanto, nos transportando diretamente para esse fantástico mundo imaginário. 

“A Night at the Opera”, de 2002, pega emprestado o nome de um disco de 1975 do Queen, ou seja, outra homenagem à banda de Freddie Mercury. Seu uso talvez justifica-se pela adoção de orquestrações, coros ultra-elaborados, overdubs vocais infinitos (tais como na clássica Bohemian Rhapsody) e pela épica And Then There Was Silence, de 14 minutos.

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“A Twist in the Myth”, oitavo disco de estúdio, marca a saída do baterista Thomas Stauch após 20 anos na banda, dando lugar a Frederik Ehmke. “At the Edge of Time”, lançado em julho de 2010, foi eleito o “Disco do Mês” de agosto daquele ano pela conceituada revista inglesa Metal Hammer. Em setembro de 2011 os fãs brasileiros puderam conferir de perto o show da turnê deste álbum, sendo quatro apresentações (Porto Alegre, São Luís, São Paulo e Curitiba). Em 2015 foi a vez de “Beyond the Red Mirror”.

Certa vez me perguntaram com qual banda o som do Blind Guardian parecia. Após pensar bastante minha resposta foi: eles só se parecem com o Blind Guardian mesmo.

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MÚSICAS

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2 comentários sobre “Blind Guardian: O guardião cego enxerga longe

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