Paulo Fernandes
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A RESSUREIÇÃO DO REI CARMIM
Em 1974 Robert Fripp fez a primeira pausa nas atividades do King Crimson e iniciou uma série de colaborações com gente como Brian Eno, Peter Gabriel, Debbie Harry, David Bowie e Talking Heads.
Eram os tempos de renovadas experimentações musicais da new wave e Fripp pensou em montar um grupo novo. Convidou o baterista da última formação do King Crimson, Bill Bruford, e Tony Levin, baixista da banda de Peter Gabriel. Convidou também o guitarrista Adrian Belew, que estava tocando com o Talking Heads em turnês, e que se encarregaria também dos vocais.
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A TRILOGIA DAS CORES
E foi esta formação que gravou entre 1981 e 1984 uma série de 3 discos: “Discipline”, “Beat” e “Three of a Perfect Pair”. Que ficou conhecida por “Trilogia das Cores”, graças às suas capas.
São gravações nas quais o King Crimson, seguindo o que já fazia antes, acrescenta novos elementos ao seu cadinho sonoro: o pop, a new wave, claramente inspirada pelo Talking Heads, via Belew, e mais uma guitarra no time.
Belew fez também pender a balança, que priorizava a produção instrumental, para as canções, contribuindo para isso o fato de escrever todas as letras dos três álbuns. Percebo evocações sonoras ao Oriente e ao Norte da África.
“Discipline” (1981):
A primeira parte da nova proposta musical de Fripp e cia. nos mostra uma ênfase na experimentação e na new wave. A guitarra de Belew é um achado e se parece bastante com o bramido de um elefante e não só na faixa Elephant’s Talk. Um Crimson renovado e estimulante.
Todas as faixas por Belew, Bruford, Fripp e Levin.
A.1) Elephant Talk
A.2) Frame by Frame
A.3) Matte Kudasai
A.4) Indiscipline
B.1) Thela Hun Ginjeet
B.2) The Sheltering Sky
B.3) Discipline
“Beat” (1982):
Fortemente inspirado pelo movimento literário conhecido como Geração Beat, a segunda parte da trilogia apresenta uma veia pop mais marcante que qualquer outro trabalho da banda. No ano de 1982 foi comemorado o 25º aniversário de lançamento de um dos marcos da Geração Beat: “On The Road” de Jack Kerouac.
Todas as faixas por Belew, Bruford, Fripp e Levin.
A.1) Neal and Jack and Me
A.2) Heartbeat
A.3) Sartori in Tangier
A.4) Waiting Man
B.1) Neurotica
B.2) Two Hands
B.3) The Howler
B.4) Requiem
“Three of a Perfect” (1982):
Com o irônico título de “três de um par perfeito” fecha a “Trilogia da Cores”. Este álbum tenta equilibrar as sonoridades apresentadas nos seus dois antecessores: a experimentação de “Discipline” está no lado B e as melodias mais “acessíveis” de “Beat” no lado A. A última faixa é um retorno ao King Crimson setentista: a instrumental Larks’ Tongues in Aspic – Part III
Todas as faixas por Belew, Bruford, Fripp e Levin.
A.1) Three of a Perfect Pair
A.2) Model Man
A.3) Sleepless
A.4) Man With an Open Heart
A.5) Nuages (That Which Passes, Passes Like Clouds)
B.1) Industry
B.2) Dig Me
B.3) No Warning
B.4) Larks’ Tongues in Aspic Part III
Em 1984, após a turnê de promoção de “Three of a Perfect Pair”, o King Crimson fez sua segunda parada, da qual só sairia em 1994.
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MÚSICAS
Coloquei um vídeo com os 3 álbuns na sequência: “Discipline” começa aos 0:00:00, “Beat” aos 0:39:00 e “Three…” aos 0:14:55. Há também um vídeo só com “Discipline” e outro só com “Beat”. Para “Three” não achei vídeo separado.
Clique na imagem para ouvir as músicas: