Paulo Fernandes
A LOUCA MANCHESTER
A cidade industrial inglesa de Manchester foi berço de um instigante movimento roqueiro, isto entre o final da década de 1980 e início da de 1990, que ficou conhecido pelo nome de Madchester.
O resultado da mistura do rock alternativo (tão em voga na cidade desde o aparecimento de bandas como The Smiths) com a psicodelia e a dance music fez a fama do Happy Mondays e do Stone Roses.
.
A FESTA NUNCA TERMINA
Fato de fundamental importância para o florescimento do Madchester foi o clube noturno Haçienda, que teve o suporte financeiro de outro grupo importante de Manchester: o New Order.
O Haçienda foi o principal palco para as bandas locais e ficou famoso por suas longas festas, que anteciparam a cultura das raves da década de 1990. O clube funcionou entre 1982 e 1997. Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre essa história recomendo o filme “A Festa nunca Termina” (24 hour Party People) que é centrado na figura de Tony Wilson, nome ligado ao Haçienda e, outro ícone da cena musical de Manchester, à gravadora independente Factory.
.
AS ROSAS DE PEDRA
O Stone Roses começou sua festa musical em 1983, mas o primeiro álbum, “The Stone Roses”, só foi lançado em 1989 e teve uma calorosa e aclamada recepção, tanto por parte do público quanto da crítica. O segundo (e até agora, último) álbum só saiu em 1994, após disputas entre gravadoras pelo passe da banda.
Após a saída de alguns de seus membros, o Stone Roses encerrou suas atividades em 1996, porém se reagrupou em 2011 e, inclusive, tocou no Festival Coachella deste ano. Aguarda-se possível lançamento de novo álbum, ainda sem data definida.
Em seu auge o grupo tinha como integrantes: Ian Brown (vocais), John Squire (guitarra), Gary “Mani” Mounfield (baixo) e Alan “Reni” Wren (bateria).
Conseguimos perceber referências ao melhor do pop e do rock britânicos dos anos 1960. Cabe destacar a guitarra perfeita e segura de Squire a guiar a música do grupo em seus passeios e devaneios. Minhas músicas preferidas são Made of Stone, com seu clima sessentista, e a cheia de variações I Am The Resurrection.
O som dançante com guitarras roqueiras pode até parecer batido hoje em dia, mas não era assim no final da década de 1980 quando o Stone Roses despontou. A curta carreira discográfica da banda pode ter prejudicado seu reconhecimento além das fronteiras britânicas (mais especificamente na Terra Brasilis), mas nunca é tarde para apreciar um som original e interessantíssimo e o Rockontro cumpre aqui seu papel de divulgador das boas coisas do rock.
.
MÚSICAS
Clique na imagem abaixo para ver e ouvir: