Paul McCartney: Noite da Esperança… e Realização

José Maurício

Paul_Show_CP

MILAGRES ACONTECEM II

“Boa noite, goianos”. Assim recebemos as boas vindas de Paul a seu show. Sem dúvida o maior espetáculo disponível hoje no planeta. Pura emoção, coisa que não tem preço. Penso em todos que não foram ou que não compreendem essa emoção. É passar pela vida sem viver.

Paul_Show (4)

(Fonte: O Popular)

  

Tivemos que esperar mais tempo na fila, pois contratempos em Belo Horizonte atrasaram a chegada de McCartney à Goiânia e, também, a passagem de som prevista para 17h. Com isso, quando os portões foram abertos eram quase 19h e, como ainda havia muita gente do lado de fora, o show foi atrasado em 33 minutos.

Mas começou, e em grande estilo. Eight Days a Week (que foi cantada ao vivo em 1965 pelos Beatles) abriu, seguindo Junior´s Farm (lançada em compacto e disponível em LP no “Wings Greatest” de 1978, talvez a menos conhecida do público brasileiro, ao lado de Listen to What the Man Said) e animando de vez o estádio com All My Loving.

Paul_Show (5)

(Fonte: O Popular)

Depois de Listen to What the Man Said, Paul troca o baixo por uma guitarra Gibson para começar a homenagem ao disco “Band on the Run” (que completa 40 anos) com Let me Roll It. Paperback Writer (que já fazia parte do repertório no show do Pacaembu em 1993) precede My Valentine escrita para sua atual esposa Nancy Shevell, conforme ele mesmo anunciou, já no piano Yamaha. Voltando ao álbum “Band on the Run”, Sir Paul toca Nineteen Hundred and Eighty Five seguida por Long and Winding Road para chegar ao ápice com Maybe I’m Amazed (dedicada a Linda, sua primeira esposa).

Paul_Show (1)

(Fonte: O Popular)

De volta à parte baixa do palco, com um violão, Paul toca Hope of Deliverance e We Can Work It out (com arranjo do disco “Unplugged”). Trocando de violão, agora um de 12 cordas, Mr. McCartney nos leva a 1971: é a vez de Another Day.  Continuando a parte acústica temos And I love Her, Blackbird e a homenagem a John Lennon com Here Today.

Mas Paul McCartney não é só baladeiro (compositor de baladas, não amigo da noite) e ele sobe ao outro piano (o psicodélico, pintado por Dudley Edwards) para Your Mother Should Know (do “Magical Mystery Tour”), Lady Madonna e All Together Now (dedicada às crianças). Voltamos ao violão e ao “Band on the Run” (ô disco bão, sô) com Mrs Vanderbilt (todo mundo pulou) e depois Eleanor Rigby dos Beatles.

OLYMPUS DIGITAL CAMERA

A nata anapolina

 Being for the Benefit of Mr. Kite foi uma aula de psicodelia, via-se o circo todo: dos acrobatas até o cavalo Henry dançando a valsa. Literalmente um show. Empunhado um ukulele Paul faz sua homenagem a George Harrison com Something e usa Ob-la-di Ob-la-da para preparar o público para Band on the Run (o rock). A emoção foi tanta que Hi Hi Hi foi atropelada em seu começo apenas para provar que era ao vivo, então veio Back in the USSR.

De volta ao piano Yamaha, com Harold (o inseto esperança, que muitos confundiram com gafanhoto ou louva-deus) devidamente apresentado por Paul, é hora de Let It Be (com direito aos efeitos luminosos da plateia com celulares, câmeras e até isqueiro). Então vem a melhor performance ao vivo de Live and Let Die que vi (comparadas às ótimas apresentações do Maracanã – 1990 e Pacaembu – 1993). A sequência termina com Hey Jude cantada pelos homens e mulheres intercalados sob a ordem de Sir Paul. Ele deixa o palco e o estádio inteiro canta o “na na na na”, pedindo sua volta.

Paul_Show (3)

(Fonte: O Popular)

O primeiro bis foi composto por Day Tripper, Lovely Rita e Get Back.  Ele ainda voltou para cantar Yesterday e arrebentar (não achei palavra melhor) com Helter Skelter (que pique!) uma aula de rock pauleira.

O show foi encerrado com a sensacional sequencia final do álbum “Abbey Road” (último disco gravado pelos Beatles): Golden Slumbers, Carry that Weight e The End.

OLYMPUS DIGITAL CAMERA

Zé Maurício e Cida

 

Minha impressão não deve contar muito, mas o melhor momento do show foram as três primeiras horas depois das 9h33.  Tive além de tudo uma satisfação de presentear a esposa e os filhos com um dos melhores momentos de suas vidas.

Espero que tenham, lendo, a emoção da lembrança que tive enquanto escrevia.

DETALHES

1) Não sei se alguém notou, mas, enquanto Paul cantava Hey Jude, ele virou-se para Harold (a esperança que estava em seu ombro) enquanto cantava as palavras “the movement you need is on your shoulder” e acrescentou “it certainly is now”.

Paul_Show (8)

Paul cheio de esperanças

2) Quando tinha 13 anos, passei um mês juntando dinheiro para comprar um compacto simples (pesquisem o que é isso no Google). Ao chegar à Discolar (nome da loja que vendia discos) estava tocando Live and Let Die. Abandonei meu projeto anterior e comprei o dito cujo.

 OLYMPUS DIGITAL CAMERA

3) Ana Flávia chorou o show inteiro.

4) Joelma chegou cansada e saiu descansada.

5) Robson disse: três coisas não voltam – a palavra dita, a flecha lançada e a oportunidade perdida. Quem viu, viu.

6) A Flávia e o Marcelo ouviram junto comigo um cara falar palavrão do começo ao fim do show, até dizer que podia morrer que estava feliz. Quase concretizamos seu sonho.

7) Vandir dançou (literalmente).

8) Victor queimou o pescoço com o isqueiro.

9) Wesley e família não esquecerão.

10) Acho que o Humberto e o Argemiro perderam o show.

11) O Paulo Afonso chegou desanimado e saiu extasiado, a ponto de rever seus conceitos sobre shows em grandes espaços.

12) Quando Paul tocou Foxy Lady, Paulo Afonso disse à Carolina: “Tô pensando no Zé Maurício e em como ele vai fazer para dizer que não gosta de Jimi Hendrix”.

Paul_Show (7)

Alan*, Paulo*, Iulliane, Fábio* e Denny (* 3/4 do Rockontro)

GALERIA ENTOMOLÓGICA

Esperança

Esperança (Harold)

Gafanhoto

Gafanhoto

Grilo

Grilo

Louva-a-deus

Louva-a-Deus

 

 

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s