Creio que discorrer sobre o Led Zeppelin é extremamente complicado, pois a banda entra em um patamar na qual está, por exemplo, os Beatles. Muito já foi dito e analisado até um nível subatômico, o que acaba tirando a sensibilidade do ouvinte. Apesar das adversidades, falarei mesmo assim sobre o que considero uma das bandas mais sensacionais do rock, pois ainda que o texto não esteja do seu agrado, caro leitor, sempre há a desculpa de poder escutar na seção de vídeos o melhor do rock.
Sigamos adiante!
O que mais prezo no Led Zeppelin não é necessariamente o titânico volume que a banda toca, ou a bateria poderosa e genial, ou mesmo os arranjos musicais sensacionais, mas sim a sutileza que existia na banda. Neste exato ponto abro um parêntesis sobre o que é, e o que deveria ser o Rock de nossos tempos atuais. O Rock era transgressão, protesto contra o que estava estabelecido pela sociedade, um grito primitivo que há muito vinha sendo abafado por séculos de evolução e pelo “encabrestamento” imposto por uma sociedade cada vez mais ávida por controle. E o que infelizmente acontece nos dias atuais? Este grito primitivo foi substituído pelos gritinhos agudos e histéricos de multicoloridos integrantes de pseudo-bandas de rock (especialmente no solo tupiniquim), em que a “baitolagem” explícita conspurca o sacrossanto solo do Rock. Como se atrevem!? Malditos!
Voltemos ao foco. Neste momento exclamaram os meus leitores mais atentos: Caramba! (para não dizer outra coisa!) Sutileza no Led Zeppelin? Incoerência, meu caro Fábio! Como uma banda pode tocar como se o céu estivesse caindo em uma mega tempestade apocalíptica digna da fúria de um Deus impiedoso, e ainda assim ser sutil?
A sutileza da banda está centrada nos conhecimentos sobre a guitarra, bem como nas técnicas de gravação aprendidas pelo mago Jimmy Page, que enfeitiçou nossos ouvidos, e como diria Frank Zappa, fez e continua fazendo “esculturas de ar” com seu estilo extremamente influenciado pelo Blues de imortais como Howlin’ Wolf, Albert King, Willie Dixon e tantos outros.
Sinto que nas músicas “esculpidas” por Page, cada distorção, cada reverberação, cada feedback e tantos outros efeitos tinham um propósito, uma razão de ser, como um jogo de luz e sombras tanto utilizado por mestres renascentistas como Michelangelo.
Não que os outros integrantes da banda não fossem gênios nos seus respectivos ofícios. Nada mais longe da realidade, pois o que dizer de um cantor tão emblemático, empático e inovador como Robert Plant, que conseguia fazer sua voz ser ouvida de forma sensacional em meio a um som tão poderoso. Creio que não há elogio mais adequado do que este. E o grande John Bonham que mais parecia Thor, o Deus do Trovão, brandindo o seu martelo Mjölnir contra os gigantes de gelo, provocando trovões e ondas rítmicas em defesa de sua amada Asgard.
E o (aqui eu queria uma forma de elogiá-lo por sua conduta tal qual George Harrison, mas não achei uma forma convincente e à altura) John Paul Jones, que apesar de seu jeito introvertido, às vezes até apagado, mas que com seu baixo, teclado e arranjos musicais imprimiu sua marca em cada uma das músicas da banda.
Pronto, escrevi demais. Não vou falar que a banda começou “assim”, fez o disco X no ano “tal”, e terminou “assado”. Quem quiser que procure no Wikipédia. Acho que agora a melhor forma de defender meu ponto de vista é encaminhá-los à sessão de vídeos com as músicas que o Zeppelin nos deixou. Que tenham uma excelente audição!
MÚSICAS
Ouça 24 músicas da coletânea “Mothership”:
Esse texto seu é realmente excelente Fábio! Só penso que você devia escrever mais e mais, o mundo agradeceria.
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Obrigado pela postagem. Um filosofo ensinou: “E PREFERÍVEL VOCÊ FICAR CALADO E OS OUTROS ACHAREM QUE VOCÊ É UM TOLO, DO QUE VOCÊ FALAR/COMENTAR E ELES TEREM A CERTEZA . Fechei meu bico.
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