
(Foto: Art Kane)
BATALHA CRIATIVA
Até o ano de 1966, Brian Jones era considerado o líder dos Rolling Stones. Foi naquele ano que a balança começou a pender para o lado de Mick Jagger e Keith Richards. O que influenciou bastante foi o fato dos Glimmer Twins intensificarem a produção de composições próprias, coisa que não era o forte de Brian Jones.
Apesar do descontentamento de Jones pela mudança do centro de poder dentro do grupo, ele conseguiu canalizar sua frustração – pelo menos durante algum tempo – para aquilo que fazia de melhor: contribuir com ideias musicais, tanto por sua facilidade em tocar vários instrumentos quanto pelo seu ouvido aberto às diversas influências musicais.
Essa correlação de forças dentro dos Stones foi responsável pela fase mais criativa da banda, na segunda metade da década de 60, e gerou inúmeras grandes canções. Dentre tantas, está uma pela qual eu tenho enorme carinho: Paint it Black. Um rock pisicodélico com influências orientais, notadamente da música indiana, trazidas por Brian Jones. Jones é responsável pelo espetacular riff de abertura e pelos sons de sitar indiano. Aliás, creio que é uma injustiça a música ser creditada só a Jagger e Richards.

Brian Jones e seu sitar
Uma emocionante atmosfera de mistério permeia a música. Sua letra fala metaforicamente, usando cores, de depressão e desespero, e pega emprestado do “Ulisses” de James Joyce a frase: “Eu tenho que virar minha cabeça até que minha escuridão se vá”.
MÚSICAS
Vídeo com as letras:
Rolling Stones na TV: