No início da década de 1980, muitas ditaduras militares ainda persistiam na América do Sul e Central. Algumas delas eram especialmente brutais como as do Chile, sob Augusto Pinochet, e da Argentina, governada por uma junta militar. Nestes dois países a perseguição a opositores era seguida por cruéis táticas de tortura e assassinato. Tudo isso com apoio mais ou menos velado dos EUA. Os ianques nesta época estavam financiando grupos militares – os “contras” – de combate ao governo da Nicarágua, que anos antes havia defenestrado um ditador apoiado por Washington, via uma revolução popular.
O Brasil já havia vivido, em anos anteriores, seus piores tempos sob regimes de exceção e era governado pelo último, e inepto, general-presidente João Figueiredo.
Foi neste triste cenário, que em 1983 os Rolling Stones lançaram uma de suas canções mais políticas de todos os tempos: Undercover of the Night.
Segundo Mick Jagger a canção foi influenciada pelo romance, “Cities Of The Red Night” de William Burroughs. É perceptível na letra citações à guerra suja promovida pelas ditaduras latino-americanas em suas tentativas de calar as vozes discordantes.
No documentário “The Shock Doctrine” há a afirmação que muitas técnicas de tortura usadas por esses regimes ditatoriais podem ter sido ‘aprendidas’ com os EUA.
Um rock poderoso e perturbador, com elementos de new wave, e uma letra contundente. Destaque para persistente “rajada de metralhadora” da bateria. O videoclipe da música, dirigido por Julian Temple, foi considerado violento por captar a tensão passada pela música.
MÚSICAS
Videoclipe original:
Videoclipe – 2ª versão – leve: