Todos sabemos da grande influência que os Beatles exerceram no pessoal do Clube da Esquina e que fica muito evidente na canção Para Lennon e McCartney, uma carta em forma de música, endereçada a John e Paul.

Tudo começou em uma reunião de domingo na casa dos pais de Lô Borges e Márcio Borges. No meio da multidão de amigos e parentes, Lô criou uma melodia, ao batucar o piano, e pediu a seu irmão, Márcio, e ao amigo Fernando Brant que colocassem uma letra. As duas primeiras estrofes são de Márcio e a terceira de Fernando.

Detalhes saborosos sobre o processo de feitura da canção, que deveria ficar pronta antes da macarronada que estava sendo preparada, podem ser conferidos na série de livros “Então, foi assim?” do radialista e escritor Ruy Godinho.

O amigo Milton Nascimento gravou a canção em 1970 em seu álbum “Milton”, acompanhado pelo Som Imaginário. Um rock tropical embebido no jazz e na bossa nova.

Para Lennon e McCartney
 (Lô Borges/Márcio Borges/Fernando Brant) 

Porque vocês não sabem do lixo ocidental
Não precisam mais temer
Não precisam da timidez
Todo dia é dia de viver

Porque você não verá meu lado ocidental
Não precisa medo não
Não precisa da solidão
Todo dia é dia de viver

Eu sou da América do Sul
Eu sei vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais

A letra é bem interessante, a princípio mostra a reverência dos jovens músicos brasileiros aos ídolos consagrados para depois, num processo de assimilação (semelhante ao que os próprios Beatles haviam vivido), declararem a confiança em sua arte: “Sou do ouro, eu sou vocês /Sou do mundo, sou Minas Gerais”.

De quebra a música ainda virou uma espécie de hino de Minas Gerais.

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Site de “Então, foi assim?”: https://www.entaofoiassim.com.br/

Arquivo de áudio da entrevista com os compositores: Link do Áudio (aos 45 minutos).

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VÍDEO

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