Paulo Fernandes
COME TOGETHER
Eu era apenas um garoto quando escutei John Lennon falando em Muddy Waters na música Come Together do álbum “Abbey Road”. Só depois de algum tempo fui atinar que, muito além de águas lamacentas, Lennon estava se referindo à lenda do blues McKinley Morganfield, vulgo Muddy Waters.
Foi quando eu descobri o blues “original”, já que só o conhecia via grupos ingleses, e fiquei maravilhado com sua força, beleza e importância.
DO MISSISSIPPI PARA O MUNDO
Nascido em 1915 no estado do Mississippi, EUA. Num ambiente tão carregado de musicalidade e blues, o garoto McKinley desde cedo se interessa pela música e aprende a tocar harmônica e violão.
Como tantos outros bluesmen de sua época, seguiu pelo rio Mississipi acima e se estabeleceu em Chicago. Adotando a guitarra elétrica como instrumento, aos poucos vai ganhando notoriedade no circuito de bares e clubes de blues da cidade.
Por sua voz marcante e sua técnica instrumental única, Muddy Waters é considerado o pai do “Blues de Chicago”. Suas gravações pela lendária Chess Records, que a princípio mostram apenas sua voz e sua guitarra com o acompanhamento de um violoncelo, com o passar do tempo vão se sofisticando e ampliando a base de apoio. Por sua banda passaram nomes importantes como Little Walter, Big Walter Horton, James Cotton, Junior Wells, Willie Dixon, Otis Spann, Pinetop Perkins e Buddy Guy.
Waters atingiu seu auge no final dos anos 50 e começo dos 60. É a época de grandes sucessos como: I’ve Got My Mojo Working, Hoochie Coochie Man, She’s Nineteen Years Old e Rolling and Tumbling.
Sua influência para o desenvolvimento do rock foi enorme. As sementes que lançou em seus shows pelo Reino Unido no começo dos anos 1960, quando mostrou seu blues elétrico e pesado a uma garotada ávida por sair do marasmo, germinaram em grupos como Rolling Stones, Yardbirds, Cream, Led Zeppelin e muitos outros.
Muddy Waters morreu em 30 de abril de 1983, deixando seu importante legado tanto para o blues como para o rock.
MÚSICAS
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