Memórias, Momentos e Músicas: Beethoven – “Sinfonia nº 9”

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“SINFONIA Nº 9” DE LUDWIG VAN BEETHOVEN

A primeira vez que ouvi a última sinfonia de Beethoven – e no caso só o quarto movimento: o da “Ode à Alegria” – foi em um disco do maestro argentino Waldo de los Rios. Esse disco pertencia ao Aelson, amigo do meu irmão. Pode-se até criticar que o maestro, já falecido, fazia uns arranjos pop para obras de música clássica – que incluíam bateria, guitarra e baixo elétricos – porém, no meu caso, este álbum me incentivou a pesquisar mais a fundo o fascinante universo da música de concerto.

Capa da edição nacional do álbum "Sinfonias" de Waldo de los Rios.

Capa da edição nacional do álbum “Sinfonias” de Waldo de los Rios.

Acontece que a “Nona” era a mais extensa das nove sinfonias do mestre de Bonn, e só era vendida em álbuns duplos, que eram duas vezes mais caros. O jeito para aplacar minha sede sinfônica foi gravá-la em fita cassete. Aí tinha outro problema: as fitas mais comuns, as C60, comportavam 60 minutos e a gravação do maestro Herbert von Karajan para a sinfonia durava 74 minutos. Resultado – e que me perdoem os puristas! – eu cortei o terceiro movimento, que é o movimento lento. Mais para frente eu arranjei uma C90 e pude gravar a obra inteirinha, sem cortes!

A partir daquele primeiro contato, a “Nona” esteve presente em minha vida em diversos momentos, quase sempre felizes. Lembro-me da abertura da Copa do Mundo de Futebol de 1974, na Alemanha Ocidental, em que a “Ode à Alegria” foi cantada por um coral que a minha memória registrou como magnífico.

Walter - hoje Wendy - Carlos e sua parafernália eletrônica

Walter – hoje Wendy – Carlos e sua parafernália eletrônica

Outro momento marcante foi quando eu assisti ao filme “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick, pela primeira vez, em 1978, e a “Ode à Alegria” aparece num arranjo eletrônico arrepiante feito pela Wendy Carlos, que quando da gravação ainda era homem e chamava-se Walter Carlos. De quebra o filme ainda tem duas versões diferentes para o segundo movimento, o movimento de dança, uma com orquestra convencional e outra num arranjo eletrônico angustiante – apelidado de “scherzo do suicídio” – de Wendy Carlos.

Para não me delongar mais, já que são tantos os bons momentos e versões diferentes desta obra impar, registro aqui a reinterpretação matadora do grupo Sepultura. Em seu álbum “A-Lex”, baseado no livro “Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, a banda brasileira interpreta uma versão rock pesado da “Nona” de nos deixar de queixo caído.

Sepultura em 2009, ano de lançamento do álbum "A-Lex"

Sepultura em 2009, ano de lançamento do álbum “A-Lex”

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MÚSICAS

Waldo de los Rios

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Daniel Barenboim e West-Eastern Orchestra

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Herbert von Karajan e Filarmônica de Berlim

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Walter Carlos – Infelizmente não achei a versão original de Walter Carlos, coloquei estas outras que não sei quem as fez:

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Sepultura

 

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6 comentários sobre “Memórias, Momentos e Músicas: Beethoven – “Sinfonia nº 9”

  1. mauro.pastinha@hotmail.com
    E.MAILS=2017-043.2 – – – 12/Domingo = 03:42
    DISCO NOTA 11 = MEMÓRIAS, MOMENTOS &
    MÚSICAS = BEETHOVEN – SINFONIA Nº 9
    – Via: PESSOAL DO ROCKONTRO (PAULO)
    Hoje a piração é realmente clássica. E ainda urram por ai
    que: “roqueiro não tem bom gosto”. F U K E M – S E.
    PAZ & BEM, E ATÉ AMANHÃ, SE DEUS NOS PERMITIR

    Curtido por 1 pessoa

  2. Paulo Afonso citando Sepultura num artigo do Rockontro e ainda por cima de forma positiva kkkkkk… esse mundo dá voltas mesmo. Ótimo texto, Paolo! Deu vontade de assistir Laranja Mecânica novamente. E ouvir o disco do Sepultura hehehe

    Curtido por 1 pessoa

  3. Pingback: Memórias, Momentos e Músicas: Beethoven – “Sinfonia nº 9” – Patricia Finotti

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