
Rouget de Lisle canta A Marselhesa para o prefeito de Estrasburgo
O LEGADO DE MEU PAI
Eu devo muito a meu pai pelo fato dele ter contribuído com hábitos prazenteiros que cultivo desde de sempre: ler livros, assistir a filmes e ouvir música. Ele abastecia nossa casa com muitos livros que meus irmãos e eu devorávamos com prazer: enciclopédias, coleções de literatura, dicionários, atlas, coleções de curiosidades, de lendas e de mitologia. Dos meus 7 ou 8 anos até os 13 ou 14, todo sábado à tarde ele me levava ao cinema para assistir a uma boa comédia ou um grande épico. Quanto à música, foi ele que me fez gostar de música clássica e trilhas sonoras de filmes.

Joaquim, meu pai, com os três filhos: Jussara, eu e Pedro. Em Natal-RN. Década de 1960
Embora o conhecimento do meu pai no campo da música clássica fosse limitado, foi graças a uma das numerosas coleções que ele nos presenteava que eu despertei minha curiosidade para esse gênero de música. A coleção de 10 LPs se chama “Festival de Música Popular”, editada pela Seleções do Reader’s Digest com gravações da RCA. Creio que ela data do início da década de 60, apesar dela ainda existir não consta o ano de seu lançamento em nenhum lugar.
Como eu gostava desses discos, principalmente dos 5 primeiros e do último. Cada disco tinha um tema:
- Concertos Populares – I
- Concertos Populares – II
- Músicas de Filmes – I
- Músicas de Filmes – II
- Marchas Militares
- Música para Jantar
- Música para Repousar
- Valsas e Ritmos Latinos para Dançar
- Foxtrotes para Dançar
- Música Popular Brasileira

A coleção ainda existe!
Foi graças a essa coleção que ouvi pela primeira vez Beethoven, Chopin, Bach, Bizet, Rimsky-Korsakov, Dvorak, entre outros. Músicas de grandes filmes como “Laura”, “A Estrada da Vida”, “O Mágico de Oz”, “…E o vento Levou”, “Luzes da Ribalta”, “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, “Matar ou Morrer”, a maioria antes de ver os filmes onde elas estavam.
No disco 6, estava uma das músicas preferidas do meu pai: Fascinação, uma canção francesa de 1905, composta por Dante Marchetti e Maurice de Féraudy, regravada por vários artistas e em diversas línguas.
E no disco 5, no meio de várias marchas militares, a maioria composta por John Philip Sousa, está aquela que eu escolhi para era sintetizar esse texto em memória de meu pai: A Marselhesa.

A caixa aberta e a aba que indica o conteúdo de cada disco.
CANÇÃO DO EXÉRCITO DO RENO
Talvez tenha começado aqui meu interesse pela cultura francesa, mas o fato é que A Marselhesa é uma música danada de empolgante. Foi composta pelo oficial do exército revolucionário francês que servia em Estrasburgo, e músico amador, Claude Joseph Rouget de Lisle em 1792. Seu nome original era Canção do Exército do Reno.
Não tardou para a música de Rouget de Lisle cair no gosto do povo e de outras unidades do exército. E foi graças ao canto dos combatentes de Marselha, que chegaram a Paris, ainda em 1792, para ajudar na tomada do Palácio das Tulherias, que ela ganhou o nome de A Marselhesa. Já em 1795 foi sacramentada pela Convenção Nacional como hino nacional francês.

A tomada das Tulherias
A melodia d’A Marselhesa lembra muito um trecho do primeiro movimento do “Concerto nº 25 para Piano e Orquestra” (de 1786) de Mozart. Coincidência ou “homenagem”, não se sabe. Na década de 1830, A Marselhesa ganhou uma versão com nova orquestração feita por Hector Berlioz, que ajudou-a a tornar-se uma peça de concerto.
A Marselhesa, apesar de sua letra violenta que fala em “inundar o solo com o sangue impuro” dos inimigos, é – juntamente com a bandeira tricolor e o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade – um símbolo eterno da democracia e de valores humanos e sociais que não deve jamais ser esquecido.
Obrigado, pai, por tudo que você me ensinou de bom e pelas músicas – e tudo mais – que você me ajudou a gostar.
MÚSICAS
Orquestra Sinfônica da BBC – Maestro: Sakari Oramo
Com orquestração de Berlioz – Le Concert de Paris
“Aux Armes Et Caetera” – Versão reggae de Serge Gainsbourg
Concerto para Piano nº 25 – 1º Mov. de Mozart – Orq. Filarmônica de Viena – Claudio Abbado. Piano: Friedrich Gulda
Fascinação em francês – André Claveau:
Fascinação em inglês – Nat King Cole:
Fascinação em português – Elis Regina:
…Love, love, love
There’s nothing you can do that can’t be done…
Salve seu Joaquim!!!
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mauro.pastinha@hotmail.com
E.MAILS=2018/337 – 03/12-Seg. = 10:12
SE DEUS NOS PERMITIR, PAZ & BEM, A TODOS NÓS
MEMÓRIAS, MOMENTOS & MÚSICAS
M E U P A I & “A M A R S E L H E S A”
Vias: ROCKONTRO e PAULO FERNANDES
Nosso caro goianiense, MOSQUETEIRO semanal, em mais uma sensacional produção.
Didática, histórica, muito rica com vídeos maravilhosos. – NAMASTE!, BIG PAULÃO.
Abaixo = Noite cultural em 2016, com a minha família em Goiânia:
Dona ZILÁ e nossos filhos SAMUEL e BRUNO, hoje com 15 e 26 anos.
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Excelente postagem, Paulão! Endosso plenamente o que disse o Mano Véio Pastinha, acima! Abraço prá você!
Rubinho Jaime.
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