Paulo Fernandes
O livro “1973 – O Ano que Reinventou a MPB” traça um perfil, por intermédio dos grandes lançamentos fonográficos daquele ano, da mudança de rumo da MPB (Música Popular Brasileira) que se consolidou no ano de 1973.

O disco de estreia da carreira solo de Raul Seixas, “Krig-ha, Bandolo!”, marco fundamental do rock nacional.
Além, e antes, de descrever cada um dos discos o livro faz uma contextualização histórica daquele período, afinal vivíamos num dos momentos mais duros da ditadura militar: os tempos do “Brasil: Ame-o ou Deixe-o”, da censura radical e do propalado “Milagre Econômico”.

“Calabar, O Elogio da Traição” de Chico Buarque. Por problemas com a censura teve várias de suas letras proibidas e o nome mudado para “Chico Canta”

O eterno tropicalista Tom Zé driblou a censura com o seu “Todos os Olhos” (afinal era ou não era o close de um terceiro olho na capa?).
Para além da Bossa Nova, do Tropicalismo e da Jovem Guarda, a música brasileira se diversificou em cores, sabores e estilos, o que pode ser constatado na grande quantidade de lançamentos de qualidade daquele ano especial.

“Ou Não” de Walter Franco. Havia espaço até para experimentalismos musicais mais radicais. E essa não foia única mosca a pousar na MPB em 1973.
O livro é composto por vários textos, escritos por importantes figuras ligadas à música, onde cada uma trata de um álbum essencial para a MPB. O projeto teve organização geral do jornalista Célio Albuquerque.
E o rock se faz presente nessa lista de preciosidades com trabalhos de A Bolha, Raul Seixas, Sá Rodrix & Guarabyra, Novos Baianos, Secos & Molhados, Som Imaginário, Terço, entre outros.
Leitura fundamental!!!

Talvez o melhor disco de Fagner, “Manera Fru Fru, Manera”. Poema não creditado de Cecília Meireles causou modificações posteriores no álbum.
Álbuns destacados no livro:
“Phono 73, O Canto de Um Povo” – Diversos artistas
“Um Passo à Frente” – A Bolha
“Antonio Marcos” – Antonio Marcos
“Canto Por Um Novo Dia” – Beth Carvalho
“Beto Guedes / Danilo Caymmi / Novelli / Toninho Horta” – Beto Guedes, Danilo Caymmi, Novelli e Toninho Horta
“Araçá Azul” – Caetano Veloso
“Chico Canta (Calabar, O Elogio da Traição)” – Chico Buarque
“Clara Nunes” – Clara Nunes
“Marinheiro Só” – Clementina de Jesus
“Edu Lobo” – Edu Lobo
“Elis” – Elis Regina
“Élton Medeiros” – Élton Medeiros
“Sambas de Enredo” – Escolas de Samba do Grupo 1
“Prelude” – Eumir Deodato
“Manera Fru Fru, Manera” – Raimundo Fagner
“Francis Hime” – Francis Hime
“Índia” – Gal Costa
“Guilherme Lamounier” – Guilherme Lamounier
“A Música Livre de Hermeto Paschoal” – Hermeto Paschoal
“João Bosco” – João Bosco
“Quem é Quem” – João Donato
“João Gilberto” – João Gilberto
“Satwa” – Lula Côrtes e Lailson
“Marconi Notaro no sub-reino dos protozoários” – Marconi Notaro
“Luiz Gonzaga Jr.” – Gonzaguinha
“Pérola Negra” – Luiz Melodia
“Previsão do Tempo” – Marcos Valle
“Drama 3º Ato” – Maria Bethania
“Origens” – Martinho da Vila
“Milagre dos Peixes” – Milton Nascimento
“Amazonas” – Nana Vasconcelos
“Nelson Cavaquinho” – Nelson Cavaquinho
“Novos Baianos F. C” – Novos Baianos
“Odair José” – Odair José
“Nervos de Aço” – Paulinho da Viola
“Meu Corpo, Minha Embalagem, Todo Gasto na Viagem” – Pessoal do Ceará: Ednardo, Rodger e Tetty
“Krig-há, Bandolo!” – Raul Seixas
“Terra” – Sá, Rodrix e Guarabyra
“Secos & Molhados” – Secos & Molhados
“Piri, Fred, Cássio, Franklin e Paulinho Camafeu com Sérgio Ricardo” – Sérgio Ricardo
“Eu Quero Botar Meu Bloco na Rua” – Sérgio Sampaio
“Matança do Porco” – Som Imaginário
“Fotografias” – Taiguara
“Terço” – Terço
“Tim Maia” – Tim Maia
“Matita Perê” – Tom Jobim
“Todos os Olhos” – Tom Zé
“O Bem Amado (trilha sonora)” – Toquinho e Vinicius
“Ou Não” – Walter Franco
“1º Acto” – Zé Rodrix