Paulo Fernandes
SOM E IMAGEM
Tenho paixão por música e tenho paixão por cinema. Quando vejo um bom filme onde a trilha sonora é bem usada e bem encaixada na trama, esse filme ganha ainda mais pontos no meu conceito. Esse é um dos (inúmeros) motivos pelos quais Stanley Kubrick é um dos meus cineastas favoritos. Mas Kubrick preferia a música clássica (que eu também amo), mas como eu não estou escrevendo para um site chamado Clássicontro, vamos falar aqui de uma figura atual e atuante do mundo do cinema: Quentin Tarantino.
VIVA OS BASTARDOS!
Eu ainda não tinha, digamos, me rendido à genialidade de Tarantino até assistir “Bastardos Inglórios” de 2009. Esse filme tem o que todos os filmes do diretor têm: exageros, cultura pop, histórias malucas e divertidas, violência estilizada, verborragia e muita música boa. Contribuiu para a atmosfera perfeita o fato de assisti-lo com meu irmão Pedro, minha filha Carolina (e seu namorado à época Ricardo) e meus amigos rockontristas Alan e Fábio Lara. Definitivamente filme da Tarantino é para ser assistido de turma (obrigado Alan!).
Eu não gostei de Cães de Aluguel, fiquei tenso com “Pulp Fiction”, achei “Jackie Brown” muito legal e até contido para os padrões tarantinianos. “Kill Bill vol. 1 e 2” assisti-os após “Bastardos” e me diverti bastante.
Ontem chegou a vez do último filme de Tarantino: “Django Livre”. Novamente de turma: Alan, Iulliane, Fábio Finotti, Euvânia, Fábio Lara e eu. Agora já preparado para o estilo Tarantino pude aproveitar melhor mais um grande filme.
PULP ARTE
É sabido que Tarantino antes de ser cineasta e um cinéfilo e amante da cultura pop, daí o fato de encontrarmos tantas homenagens e referências às obras de artistas que ele admira em seus filmes.
Com relação às trilhas sonoras de seus filmes notamos que ele nunca opta por obviedades, sempre escolhendo, sem abrir mão da qualidade, resgatar aqueles sucessos das décadas de 1960 e 1970 que andavam meio esquecidos, ou mesmo nos apresentar grandes músicas menos conhecidas ou de artistas que já haviam sido esquecidos.
No caso de “Django Livre” ele usa muita música que já foi usada em outros filmes: do italiano Ennio Morricone, frequente compositor de trilhas dos Faroestes Spagethi do passado e até a música do primeiro “Django”, composta pelo arrgentino Luis Bacalov.
Mas e o rock (ou o pop rock)? Sempre marca presença, em maior ou menor participação, desde o primeiro longa, “Cães de Aluguel”, com o resgate da sensacional Stuck in the Middle with You, canção de 1972 do grupo escocês Stealers Wheels até (e isso foi um momento memorável e arrepiante quando escutei-a ontem) I Got a Name, linda música de 1973 do estadunidense (morto neste mesmo ano de 1973) Jim Croce.
É claro que, devido à temática e contexto, em termos de quantidade de músicas rock ou pop rock o campeão é o filme “Pulp Fiction”. Tive até que cortar algumas das músicas desse filme na hora de montar o álbum da Galeria de Vídeos.
E no meu filme predileto: “Bastardos Inglórios”?. Uma nova versão para a música “Cat People (Putting out Fire)” de David Bowie, cuja original havia sido usada no filme “A Marca da Pantera”, de 1982. Essa nova versão da música, executada também por Bowie, é usada na sequência em que a personagem Shosanna Dreyfus prepara e começa a execução de seu plano de vingança (tema recorrente nos filmes de Tarantino) contra os nazistas.
MÚSICAS
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