
(Ilustração de Rafael Senra)
“Felizes aqueles que colocaram uma maçã no prato do toca-discos e mataram sua fome de música”
BIG CHARLES
Londres, 4 de novembro de 1963, eu estava no Teatro Príncipe de Gales para ver e ouvir – por incrível que pareça a gritaria feminina neste show foi bem menor que a usual – a apresentação dos Beatles para o Show Anual de Variedades Reais. Entre a segunda, Till There Was You e a terceira, e última, música, Twist and Shout, John Lennon disparou seu sarcástico pedido a um público cheio de membros da realeza britânica: “Para nosso último número, eu queria pedir a ajuda de vocês. As pessoas nos assentos baratos batam palmas. O restante da plateia pode apenas sacudir suas joias”. Foi neste momento que, bem no fundo do palco, eu percebi um sujeito grandão com um corte de cabelo parecido com o do Paul McCartney, mas que não conseguia esconder seu jeitão brasileiro. Era o Big Charles!

Carlos Edu Bernardes no dia do lançamento do livro
Terminada a apresentação dos Beatles, eu saí correndo do teatro para tentar encontrar o cara. Para minha sorte ele havia perdido a carona na trupe beatle. Cheguei e me apresentei como brasileiro e beatlemaníaco e já ganhei um caloroso abraço e o carinhoso apelido de Little Paul. Ficamos perambulando pela Leicester Square e acabamos num pub. Depois do décimo-quarto pint de cerveja, Big Charles, sério, profetiza:
– Little Paul, daqui a alguns anos eu vou escrever um livro contando todas as aventuras que vivi e ainda vou viver com os Beatles.

Ao fundo a banda Karmic Wheels que abrilhantou a noite de autógrafos com músicas dos Beatles. (Foto de Anna Karina Aquino)
E assim, passados, mais de cinquenta anos daquele dia histórico, Big Charles cumpriu sua promessa e nos brinda com seu livro “Os Beatles e eu”. Uma coleção saborosa de momentos passados/vividos pelo autor ao lado da maior banda de rock de todos os tempos. Como nos avisa a orelha da capa: “nothing is real”, trata-se de uma brincadeira, muito séria, do Carlos Edu Bernardes em colocar seu personagem Big Charles a interagir com personagens reais em momentos diversos da carreira do grupo inglês. Uma curiosidade do livro é que nele os Beatles não se separaram e John Lennon e George Harrison estão vivos até hoje. Carlos Edu nos guia para um passeio no tempo e no espaço repleto de inventividade e humor.
Pelos relatos contidos no livro, nós ficamos sabendo, entre outras coisas, que:
- A cadela musa de Paul McCartney, Martha, tinha pertencido antes a Big Charles e era chamada de Ivy;
- Os Beatles tocaram no primeiro Live Aid, de 1985, e também fizeram alguns shows no Brasil e até estiveram em Goiânia;
- Foi Big Charles que deu a dica para George Harrison compor Here Comes the Sun ao descrever o lindo sol do cerrado;
- As cores do Yellow Submarine são uma homenagem às cores da bandeira brasileira.

Carlos Edu, eu e Marcia na noite de autógrafos
“And in the end, the love you take Is equal to the love you make”
.
A banda Karmic Wheels animou o público na noite de lançamento do livro, com músicas dos Fab Four:
Capa muito bem bolada!!
Uma pergunta, pelo olhar do Ringo, eles estão correndo do Marconi???
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kkkkkkk. Vou perguntar para o Big Charles.
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Ha ha ha, é bem provável! Aliás, George quis fazer um Taxman 2 para o nosso governador…
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Boa!!!
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Maravilha de postagem, querido amigo Paulo Afonso! Na verdade Little Paul e Big Charles foram colegas de Ateneu Dom Bosco e depois ficaram mais unidos ainda pelo rock, capitaneado pelos Beatles, Pink Floyd, Led Zeppelin, Badfinger, Radiohead, Rick Wakeman, Genesis e tantas outras bandas fantásticas! Obrigado! 4FABraços! Yeah!
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E isso aí, Carlos Edu. Unidos pelo rock!!!
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mauro.pastinha@hotmail.com
E.MAILS=2017-134 – – – 14/Domingo = 04:50
DISCO NOTA 11 = OS BEATLES E EU
ROCKONTRO (Carlos Edu Fernandes)
Agradeço por mais um passeio na “Beatlemania”.
Dia nostálgico para aqueles (como eu) que não
mais temos nossa querida MAMÃE – S A R A V Á
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