KRAFTWERK PARA NOVAS GERAÇÕES
Em algum momento entre 1978 e 1979, estava eu com alguns amigos em um bar, perto de casa, quando chegou um grupo de crianças – para adolescentes de 18/19 anos alguém 3 ou 4 anos mais novo era criança – liderado pelo primo de um dos meus amigos. O que me chamou atenção é que este menino, não lembro-me seu nome, carregava um LP com uma vistosa capa vermelha. Era “The Man-Machine” do Kraftwerk. Vejam só! O cult grupo alemão parecia ter atingido um público maior e diversificado!
Foi depois disso que eu percebi que as músicas The Model e The Robots estavam a fazer o maior sucesso nas rádios e nas festas da garotada de 13 a 16 anos. O Brasil ainda estava na onda da dançante discotèque ¹. Como eu ainda não conhecia o termo synthpop ², decidi que o Kraftwerk havia se rendido à moda disco, que contagiara alguns grupos de rock naquele período (kkkkk!).
Claro que eu estava enganado na minha classificação, a verdade é que o Kraftwerk estava fazendo história mais uma vez. Eles, que haviam sido pioneiros da música eletrônica, estavam na linha de frente novamente ao acrescentar (mais) apelo dançante à sua música e ajudar a lançar as bases de todos os derivados eletrônicos dançantes que surgiram no final da década de 70 e nos anos posteriores: techno-pop, house, electro, etc.
O HOMEM-MÁQUINA
Assim como seus antecessores, “The Man-Machine” – ou “Die Mensch-Maschine” no alemão – é um álbum conceitual. Temas como o progresso industrial, a robótica e a robotização do ser humano aparecem de forma mais ou menos evidente. Ironicamente interessante a glamorosa (des)humanização das modelos de passarela no grande hit The Model/Das Model.
A tecnologia robotiza e escraviza as pessoas? Uma pergunta que tem suas origens na Revolução Industrial e foi muito bem colocada, há quase cem anos, no filme “Metrópolis” do também alemão Fritz Lang. Não por acaso há uma faixa do álbum chamada Metropolis. Os clipes de Metropolis e The Man-Machine/Die Mensch-Maschine incluídos aqui foram montados com cenas do filme de Lang.
O disco todo tem uma batida rítmica hipnótica e irresistível, que nos faz querer estar em constante movimento. O melhor exemplo dessa fórmula é The Robots/Die Roboter, que com seu discurso minimalista traça um paralelo entre a repetição da dança e a da linha de montagem industrial. Dizem os robôs: “Nós funcionamos automaticamente / Agora nós queremos dançar mecanicamente”. Em meio ao frenesi sonoro a faixa Neon Lights/Neonlicht, que tem uma bela melodia, contrasta um pouco com as demais incisivas faixas do álbum.
E a capa? Uma mistura de minimalismo e realismo soviético da era stalinista mostra os integrantes do grupo posando como robôs. Aliás, daí para frente este estilo robótico deu a tônica para apresentações em shows e clipes, chegando ao ponto dos integrantes serem substituídos por robôs nas apresentações.
Este é um grande álbum de uma banda que, além de suas próprias qualidades, influenciou grupos de rock tão importantes como Joy Division, New Order, Depeche Mode, Prodigy, Daft Punk e Rammstein.
FAIXAS
Lado A
1) The Robots / Die Roboter (Hütter, Schneider, Bartos)
2) Spacelab (Hütter, Bartos)
3) Metropolis (Hütter, Schneider, Bartos)
Lado B
1) The Model / Das Model (Hütter, Bartos)
2) Neon Lights / Neonlicht (Hütter, Schneider, Bartos)
3) The Man-Machine / Die Mensch-Maschine (Hütter, Bartos)
MÚSICAS
Ouça o álbum completo (em inglês):
Clipes:
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DISCO NOTA 11 – THE MAN-MACHINE – KRAFTWERK
– Via R O C K O N T R O – Paulo Fernandes
Beleza pura. caro Amigo Paulo. Coisa nova para mim. Já tinha lido alguma
coisa sobre a Banda, porem nunca tinha escutado. – MUITO OBRIGADO.
PAZ & BEM, E ATÉ AMANHÃ, SE DEUS NOS PERMITIR.
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