O QUE KUBRICK UNIU, NINGUÉM SEPARA
“O homem é uma corda estendida entre o animal e o super-homem, uma corda por cima de um abismo” (F. Nietzsche).
Stanley Kubrick usou a introdução do poema sinfônico “Assim Falou Zaratustra”, de Richard Strauss, em seu filme “2001, Uma Odisseia no Espaço”, de 1968. Desde então, houve uma associação definitiva entre a música de R. Strauss e a alta tecnologia em propagandas de TV e outras peças publicitárias, afinal nada é mais tecnológico que viagens interplanetárias.

Richard Strauss (1864-1949)
Tal associação eu fiz desde as primeiras vezes em que a ouvi, e acho um casamento perfeito entre a música e a tecnologia espacial. O ar de mistério conferido pelo órgão e a explosão percussiva da música nos conduz a viagens cósmicas sem sair do lugar. Pena que a Introdução – também chamada “Nascer do Sol” – seja de tão curta duração. Eumir Deodato, tecladista e compositor brasileiro de jazz, resolveu o problema do tempo ao lançar uma ótima versão ‘suingada’ de nove minutos em 1973. Beleza pura!!!

Eumir Deodato
Richard Strauss escreveu seu poema sinfônico, concluído em 1896, com base na obra de mesmo nome do filósofo alemão Friedrich Nietzsche e estruturou a peça sinfônica de acordo com os capítulos do livro.
Na obra de Nietzsche é contada a história do sábio persa Zaratustra – também conhecido pelo nome grego de Zoroastro – que sai de seu isolamento para instigar os homens na busca de uma nova moral, já que, segundo o livro, a moral cristã não lhes serve mais e precisa ser superada. Esta superação envolve o próprio homem, que deve se tornar um super-homem ou algo além-do-humano (übermensch no original alemão).

Friedrich Nietzsche
De volta ao filme, “2001: Uma Odisseia no Espaço” é baseado num conto do escritor Arthur Clarke. A música aparece no filme nos momentos de transformação evolutiva dos ancestrais do homo sapiens e ao final, quando um novo homem está prestes a desembarcar na Terra. Há uma sequência antológica que resume toda cadeia evolutiva do gênero homo, ao fazer a transição entre um osso – usado como arma por um nosso antepassado das cavernas – e uma nave espacial. Esta seção inicial do filme é chamada “Aurora do Homem”, o que só aumenta sua ligação com o livro de Nietzsche e a música de Richard Strauss. Genial!!!

O corte de 4 milhões de anos
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MÚSICAS
A original de Richard Strauss:
A versão de Eumir Deodato:
No filme de Stanley Kubrick:
Paulo, v0cê apenas expressou o que muitos sentem e nem sempre sabem dizê-lo. A música é uma linguagem extra-humana. Acima do conhecimento humano. Algo transcendental. Quando se uniu o Rock às orquestras – dom inegável da qualidade musical dos Magic4 – apenas se encaminhou um passo na convergência que levará ao pleno conhecimento, pela humanidade, do sistema no qual está inserida. Isso é um processo muito lento, só acelerado pela difusão da tecnologia, que permite a expansão do conhecimento, da inteligência, por via dele, da abertura de horizontes e quebra de limites que ainda mantém a pequenez da raça. Um dia chegaremos…
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Paulo, você apenas expressou o que muitos sentem mas não conseguem dizê-lo. Quando se juntou o Rock às orquestras – dom inegável do Magic4 – apenas se deu um passo na convergência que conduzirá o homem ao conhecimento do sistema no qual se insere. Música é algo extra-humano. Além da capacidade humana, bruta. Algo transcendental. E a tecnologia é um meio fortíssimo para acelerar este lento processo, levando o homem ao conhecimento, à inteligência – via dele – que possibilitará a expansão de horizontes e quebra de limites que mantém a pequenez da raça humana. Ainda chegaremos…
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