Disco Nota 11: “The Piper at The Gates of Dawn” – Pink Floyd

Paulo Fernandes

Publicado originalmente em 08/12/2010

 The Piper at the Gates of Dawn

 

 

O ANO DE 1967

Ontem eu estava olhando a lista dos 50 melhores álbuns de 2013, eleitos pela revista Rolling Stone. Escutei poucos deles, alguns nem conheço os intérpretes, alguns tenho vontade de ouvir e outros não quero nem chegar perto.

Alguns dos álbuns lançados em 1967

Alguns dos álbuns lançados em 1967

Se eu voltasse no tempo para 1967, certamente estaria numa situação completamente diversa da de hoje, precisando de tempo extra para ouvir tanta música boa que apareceu naquele ano.

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Foi o ano do “Verão do Amor” em São Francisco, Califórnia, e da explosão do rock psicodélico. Ano de “Sgt. Pepper’s” dos Beatles, dos dois primeiros discos do Jimi Hendrix Experience, do primeiro do Doors, de “Disraeli Gears” do Cream, “Who Sell Out” do Who, “Surrealistic Pillow” do Jefferson Airplane. A lista é imensa e encheria todo o espaço disponível para este artigo.

Syd Barrett in June of 1967

Syd Barrett

Esse ano fantástico também marca a estréia em disco de uma banda formada por três estudantes de arquitetura (Roger Waters, Richard Wright e Nicholas Mason) e pelo estudante de artes, um maluco genial chamado Roger “Syd” Barrett.

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PINK FLOYD

O Pink Floyd nasceu em 1965 e sob a liderança de Syd Barrett se tornou muito popular no circuito underground de Londres, incluindo o lendário Clube UFO. Suas apresentações ao vivo se tornaram antológicas utilizando vários elementos cênicos como jogos de iluminação e projeção de filmes e slides. A música dessa primeira encarnação do Pink Floyd era uma mistura deliciosa de rock espacial, jazz, folk e letras surrealistas saídas da cabeça, cada vez menos desse mundo, de Syd Barrett.

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Ao contrário de muitos grupos “psicodélicos” da época que não conseguiram transportar para os discos a atmosfera mágica de seus shows, o Pink Floyd lançou singles memoráveis como Arnold Layne e See Emily Play e um excelente LP de estréia “A Piper at the Gates of Dawn”.

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O FLAUSTISTA NOS PORTÕES DO AMANHECER

O disco abre com o “rock espacial”, o tipo de som que marcaria por muito tempo a identidade musical do Pink Floyd, Astronomy Domine. Abrindo o lado B outra música na mesma linha: a longa e instrumental Intererstellar Overdrive.

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O folk psicodélico aparece em jóias musicais como Matilda Mother, Flaming, The Gnome e Chapter 24. O tempero musical se diversifica com as experimentações da jazzística Pow R. Toc H., de Take Up Thy Stethoscope and Walk e de Bike.

Esse disco foi o primeiro e o último do Pink Floyd com Syd Barrett no comando, ele participaria meio apagado no segundo disco: “A Saucerful of Secrets”, logo em seguida deixaria a banda, por causa de problemas mentais, sendo substituído definitivamente por David Gilmour, que também participou do segundo álbum.

O título do álbum se refere ao nome de um capítulo do livro “O Vento nos Salgueiros”, clássico infanto-juvenil do escritor inglês Kenneth Grahame.

 pinkfloydinamsterdam1967

Apesar da sofisticação crescente apresentada em seus trabalhos posteriores, a música do Pink Floyd jamais soaria tão divertida como nesse disco.

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FAIXAS

Todas as faixas compostas por Syd Barrett, exceto as indicadas.

Lado A

1.    Astronomy Domine
2.    Lucifer Sam
3.    Matilda Mother
4.    Flaming
5.    Pow R. Toc H. (Barrett, Mason, Waters, Wright)
6.    Take Up Thy Stethoscope and Walk (Waters)

Lado B

1.    Interstellar Overdrive (Barrett, Mason, Waters, Wright)
2.    The Gnome
3.    Chapter 24
4.    The Scarecrow
5.    Bike

Os vocais principais das faixas são de Syd Barrett, exceto:
•    Astronomy Domine – Barrett e Wright
•    Matilda Mother – Wright e Barrett
•    Pow R. Toc H. – Barrett e Waters
•    Take Up Thy Stethoscope and Walk – Waters

 

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MÚSICAS

Ouça o álbum completo:

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2 comentários sobre “Disco Nota 11: “The Piper at The Gates of Dawn” – Pink Floyd

  1. Fico pensando como um sujeito genial como Syd Barrett enveredou-se pelo mundo das drogas e jamais consegui sair ileso dele. Nesse disco sensacional ele praticamente compôs tudo. Waters, o “mandão” dos anos seguintes do Floyd, naquela época, nem sequer ousava questionar a liderança daquele jovem criativo e brilhante, As raízes do Rock Progressivo dos anos 70 certamente beberam muito da fonte psicodélica única de Barrett. Bem, ao menos David Gilmour não deixou que nosso gênio morresse na miséria.

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