Paulo Fernandes
A FÚRIA E SEU SOM
O que será que a década de 1960 tem de tão especial a ponto de aquele período ter entrado para o imaginário, e eu me incluo, dos amantes das artes como uma era de ouro inigualável na história, principalmente no quesito musical?
Revolução de costumes, revolução nas artes, revolução no cinema, e o rock acabou se transformando também e tornou-se a trilha sonora dessa efervescência cultural. É justamente sobre o papel do rock em meio a tantas transformações que o livro “O Som da Revolução – Uma História Cultural do Rock 1965-1969” do brasileiro Rodrigo Merheb discorre muito bem e nos ajuda a entender um pouco mais sobre esses anos tão fascinantes.
ROCK AND ROLL
Como explicita seu subtítulo, o livro se concentra no período de 1965 a 1969 ou, como diz a contracapa, “de Newport a Altamont”. O Festival de Newport em 1965 marca a eletrificação da música de Bob Dylan e sua guinada para o rock, e o Festival de Altamont de 1969, ficou marcado como epitáfio do sonho de mudança.
É durante esse curto período de cinco anos que o Rock and Roll, perde sua inocência e até parte de seu nome (and Roll). A nova música, com pretensões de arte e de transformar o mundo para melhor, capitaneada por Bob Dylan e Beatles, passa a ser conhecida apenas como “Rock”.
CÉU E INFERNO
O livro se concentra nos acontecimentos de Inglaterra e Estados Unidos, citando alguns eventos em outros pontos do globo quando estes forem de relevância mundial.
Dividido em capítulos que tratam basicamente das correntes do rock e sua contextualização cultural, como a psicodelia californiana, a cena blues e a Swinging London, o movimento hippie, a cena nova-iorquina e várias outras. O livro, entretanto não “doura a pílula” e não reforça a tese que tudo era perfeito e maravilhoso, mostra também a outra face da moeda: as decepções, o alto preço cobrado pelo abuso de drogas, a mercantilização da contracultura.
Recorrendo mais uma vez ao texto da contracapa: “Em síntese, expectativa e frustração. Vibrações e decadência”.
O PASSADO EXPLICA O PRESENTE
Uma coisa é impossível negar: esse curto período da história do rock é de extrema importância para tudo o que veio depois. Todas as tendências que escutamos hoje têm sua parcela de débito com o som desses anos revolucionários.
Encanto-me quando descubro uma pequena joia escondida (uma música, um artista, um músico) no meio de tantas figuras estelares. E tenho certeza que essa fonte está longe de secar.
MÚSICAS (VÍDEOS)
Baseei-me na Discografia sugerida pelo autor, ao final do livro, para montar esse álbum de vídeos e dei ênfase a artistas e/ou músicas que ainda não haviam aparecido no site. Fui influenciado, como bem disse a Gabriela, pelo jogo Song Pop.
Clique na imagem para ouvir e ver: