Muse: Marcianos e Sinfonias

Paulo Fernandes

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DE NOVO UMA BELA CAPA

Não me lembro muito bem quando foi que ouvi falar do Muse… Acho que eu estava fuçando em algum site sobre rock progressivo, logo depois disso fiquei sabendo que eles se apresentariam em Brasília, isso foi em 2008.  Mas só me interessei mesmo em ouvir sua música ao ver a capa de “Black Holes and Revelations”, de 2006, quarto disco da banda – outro trabalho primoroso do fotógrafo Storm Thogerson, colaborador frequente do Pink Floyd. Comprei o disco pela capa, e não me arrependi.

A capa de "Black Holes and Revelations"

A capa de “Black Holes and Revelations”

INSPIRADOS PELAS MUSAS 

Matthew Bellamy (guitarra, vocais e piano), Dominic Howard (bateria), Christopher Wolstenholme (baixo e teclados) começaram a tocar juntos no início da década de 90, na pequena cidade de Teignmouth, no sudoeste da Inglaterra. Nasceram como uma banda de rock alternativo.

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Em 1999, após 2 EPs (Extended Play – discos de duração menor que o LP) , lançaram o primeiro álbum: “Showbiz”. Apesar das comparações com o Radiohead, o disco foi bem recebido pela crítica. O sucesso de crítica, e de público, continuou com “Origin of Simmetry”, de 2001. Com seu terceiro álbum, “Absolution”, de 2003, o Muse ficou conhecido nos EUA.

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Capa de “Absolution”. Criação de Storm Thorgerson

Nota-se um processo de sofisticação do som do Muse à medida que seus discos vão sendo lançados. Mais teclados vão sendo incorporados, instrumentos de orquestra, esmero na produção. Luxos que aproximam o som da banda ao rock progressivo, ao rock sinfônico e ao space-rock.

REVELAÇÕES E BURACOS NEGROS

Na capa do álbum estão quatro sujeitos com roupas esquisitas e nenhum cabelo, em volta de uma mesa sobre a superfície de Marte. Ao fundo, no firmamento marciano, podem-se notar os contornos da Terra e da Lua. Com letras que falavam de alienígenas, uma obsessão do letrista Bellamy, cutucadas na política, e amor, “Black Holes and Revelations” foi um sucesso e alçou a banda ao estrelato. A música Supermassive Black Hole, um funk rock ao estilo de Sly and Family Stone, fez parte da trilha sonora do primeiro filme da série “Crepúsculo”, o que ajudou a aumentar o público adolescente do Muse. A minha filha Gabriela só quis ouvir o disco depois de assistir ao filme!

SINFONIA ROCK 

Em 2009, o Muse lançou seu quinto e mais ambicioso álbum: “The Resistance”. O disco promoveu um estreitamento ainda maior entre o rock e a música clássica, incluindo um trecho de um Noturno de Chopin e uma música, Exogenesis Symphony, de 13 minutos, dividida em 3 partes.

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O último álbum, “The 2nd Law” de 2012, além do cadinho sonoro costumeiro acrescentou algumas pitadas de pop eletrônico ao som do Muse. Crítica e público adoraram.

SONS TERRENOS E SONS DO ESPAÇO 

Desde que escutei o Muse pela primeira vez, a cada nova música fico procurando suas influências e homenagens. Às vezes parece que estou ouvindo Bono cantando Bohemian Rhapsody do Queen, acompanhado por uma orquestra de câmara com sintetizadores. Essas influências e coincidências tornam saboroso o som do Muse, e o apelo popular é acompanhado de sofisticação e erudição.

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MÚSICAS

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Ouça 37 músicas do Muse nesta lista de reprodução:

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