Paulo Fernandes
Há algum tempo fui indiretamente provocado e o questionamento não formulado poderia ser:
– Por que você gosta de músicos que fazem sempre a mesma coisa?
Não sei dizer exatamente o porquê, mas eu gosto. Essa “mesma coisa” pode significar utilizar os elementos musicais já utilizados em trabalhos anteriores e ainda assim agradar: é caso dos Rolling Stones ou do Deep Purple. Pode ser, por outro lado, que essa “mesma coisa” signifique uma mudança de rumo a cada disco, como fazia tão bem David Bowie até se perder nessa ânsia camaleônica em algum ponto dos anos 1980; ou a mudança de rumo pode ser a cada faixa, como o maranhense José Ribamar Coelho Santos.
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APENAS UM COMPOSITOR POPULAR
Como um legítimo herdeiro do legado tropicalista e seguindo a proposta de Caetano e Gil de “misturar Beatles com Luiz Gonzaga e Jefferson Airplane com Jackson do Pandeiro” Zeca Baleiro vem injetando um vigoroso alento à combalida MPB, com sua sempre surpreendente mistura de ritmos, suas letras inteligentes e seu senso de humor refinadíssimo.
Artista inquieto por natureza está sempre envolvido em diversos projetos: seja em parcerias com artistas consagrados (Fagner, Gal Costa, Zé Ramalho, Rita Ribeiro), seja no resgate de alguns artistas que ficaram à margem da MPB (Odair José e Sérgio Sampaio).
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EMBOLADA DO BALEIRO
Rock, reggae, folclore do norte e nordeste, bumba-meu-boi, tecno-xaxado, baladas, blues, samba, partido alto hi-tech, brega, rap, baião. Tudo é bem vindo e bem tratado e nos emociona e diverte.
“Por Onde Andará Stephen Fry?” de 1997 é o primeiro dessa festa chamada Zeca Baleiro. É aqui que a proposta de eterna diversidade (de ritmos, de influências, de parcerias) começa e lança suas sementes para o futuro. Em 1999 é a vez do meu preferido do Baleiro: “Vô Imbolá”.
Para consultar a discografia completa, bem como outras coisas do balacobaco, recomendo o excelente site oficial do cantor: Site zecabaleiro.
O dia que o Zeca Baleiro aparecer no artigo “Não Estrague a Obra”, escrito pelo Messias Reis, vocês podem correr que o mundo acabou, pois uma das várias características positivas do Baleiro é pegar músicas de outros autores e recriá-las e torná-las, quase sempre, melhores que as originais.
Mas o melhor de tudo, e que continua a sobressair mesmo em momentos musicalmente menos eloquentes, é a poesia instigante e afiada de Zeca Baleiro alternando lirismo e humor inteligente e satírico. Uma figura indispensável.
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MÚSICAS
Bem que tentei colocar apenas 15 músicas, para ficar em uma só página da Galeria de Vídeos, mas, como diria Roberto Carlos, são tantas as canções, que extrapolei e coloquei logo 30.
Clique na imagem abaixo para ouvir e ver:
Obrigado pelo ZECA BALEIRO EM DOSE DUPLA = 30 VÍDEOS. Será meu email 2015/049,2, neste domingo=22/02. Grande abraço, diretamente do KAVERN CLUB DO PASTINHA.
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