Paulo Fernandes
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O DISCRETO CHARME DOS REIS SEM COROA
Existe tanta propaganda e márquetin a nos empurrar goela abaixo que “Fulano é o Rei do Pop”, “Sicrana é a Rainha do Pop” ou “Beltrana é a Princesa do Pop”, que muitas vezes não nos deixa espaço para uma avaliação da real qualidade musical dessa realeza imposta.
Como eu não sou muito de engolir imposições midiáticas, eu resolvi fazer um exercício de regressão até o início da década de 80 – porque se retroagisse mais a coisa ficaria complicada. Quando penso no pop dos últimos 35 anos, o primeiro nome que vem à cabeça é o do Pet Shop Boys!
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SEMPRE NA MINHA MENTE
Músicas excelentes para dançar e que se prestam igualmente para só ouvir – seja em casa ou na estrada. Sofisticação musical e apelo popular, essa é a receita do Pet Shop Boys. A dupla – composta por Neil Tennant e Chris Lowe – é a prova viva de que nem todo pop é descartável ao gerar clássicos eternos como West End Girls, It’s a Sin ou Domino Dancing.
Pioneiro do pop eletrônico inglês, o duo conseguiu se destacar dentre tantos outros grupos que seguiam caminho similar graças a arranjos brilhantes e letras inteligentes e provocativas. A maioria de suas músicas é autoral, mas quando gravam músicas de outros compositores, ouso dizer que as tornam muito melhores do que eram. Para comprovar esta minha afirmação ouçam as versões do PSB para Always on My Mind (cantada originalmente por Elvis Presley), Where the Streets Have no Name (do U2) ou Go West (sucesso do Village People).
Num terreno tão fértil à autopromoção como é o pop, o Pet Shop Boys segue um caminho oposto ao deslocar o foco da sua imagem e das suas vidas pessoais para a qualidade de sua música.
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MÚSICAS
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