PSICODELIA TROPICALISTA
Com a prisão, em 1968, e o subsequente exílio forçado de Caetano Veloso e Gilberto Gil, coube à cantora baiana Maria da Graça Costa Penna Burgos a tarefa de carregar a bandeira do Tropicalismo naquele final de década.
O primeiro álbum solo de Gal Costa foi gravado ainda em 1968, antes dele Gal havia participado de “Domingo” (1967), em parceria com Caetano Veloso, e o coletivo “Tropicalia ou Panis et Circences” (1968). Entretanto – devido ao conturbado momento político brasileiro e a perseguição aos artistas engajados – a gravadora achou melhor segurar o álbum e ele só foi lançado em 1969.
“Gal Costa”, o disco, mostra a cantora bem à vontade na mistura de MPB e rock, bem distante de suas origens bossa-novistas e com um tempero mais acentuado de psicodelia do que o que havia no álbum “Tropicalia”. Com um repertório impecável de canções – algumas já lançadas por outros artistas e outras compostas especialmente para Gal – o álbum traz músicas de Caetano Veloso, Roberto e Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Jorge Ben e Tom Zé, nas quais Gal imprime sua marca personalíssima e sem exageros (leia-se gritos) que tornaram-se cada vez mais constantes em seus trabalhos posteriores.

Gal e Caetano
Para mim os grandes destaques do álbum são duas músicas de Caetano: Não Identificado – que já era ótima com seu autor e aqui fica maravilhosa – e Divino, Maravilhoso, esta em parceria com Gil – uma das mais marcantes e explosivas interpretações de Gal. Outro ponto alto é a versão de Que Pena, de Jorge Ben, em que a voz de Gal está celestial e conta com a participação de Caetano Veloso nos vocais.
O nordeste marca presença com a divertida Sebastiana, que já havia sido gravada por Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, entre outros. Gal pegou duas músicas dos amigos Roberto e Erasmo Carlos e melhorou-as: Se Você Pensa e Vou Recomeçar. O disco é tão bom que a gente até perdoa o fato de Baby, com participação de Caetano, ser a mesma gravação que aparece no álbum “Tropicalia”.
A direção musical e os arranjos de metade do disco – a outra metade ficou divida entre Lanny Gordin e Gilberto Gil – ficou a cargo do grande maestro vanguardista Rogério Duprat. Este álbum juntamente com o segundo solo de Caetano Veloso – “Caetano Veloso”, também de 1969 – funcionam como um réquiem para o tropicalismo, pois sem liberdade de expressão a proposta inicial do movimento perdera seu sentido.
FAIXAS
Lado A
1) Não Identificado (Caetano Veloso)
2) Sebastiana (Rosil Cavalcante)
3) Lost in Paradise (Caetano Veloso)
4) Namorinho de Portão (Tom Zé)
5) Saudosismo (Caetano Veloso)
6) Se Você Pensa (Roberto e Erasmo Carlos)
Lado B
1) Vou Recomeçar (Roberto e Erasmo Carlos)
2) Divino, Maravilhoso (Caetano Veloso, Gilberto Gil)
3) Que Pena (Jorge Ben)
4) Baby (Caetano Veloso)
5) A Coisa Mais Linda que Existe (Gilberto Gil, Torquato Neto)
6) Deus É o Amor (Jorge Ben)
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MÚSICAS
Ouça o álbum completo:
Gal canta Divino, Maravilhoso no festival da Record de 1968:
Tinha me esquecido do quanto Gal era bonita em tenra idade…
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“tenra idade”
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Divina, maravilhosa
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mauro.pastinha@hotmail.com
E.MAILS=2016-201 — 23/Sábado = 11:02
DISCO NOTA 11 = GAL COSTA/1969 – VOU RECOMEÇAR
– Via = Pessoal ROCKONTRO
Obrigado pela doce lembrança de uma época meio encardida.
Na foto abaixo, feita ontem a noite, no “TEMPLO DO ROCK’N’ROLL”,
eu e minha filha PATRÍCIA fomos cumprimentar o JÚNIOR.SAMPAIO,
aniversariante do dia e dono do pedaço (BAR DO ENEUSES=Facebook).
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Pingback: PSICODELIA TROPICALISTA – Patricia Finotti
O álbum é lindo mesmo,a gal realmente cantava muito bonito,mas convém frisar,é uma cantora que só funciona em estúdio,ao vivo não consegue reproduzir a mesma qualidade vocal.
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