TEMPORADA DE ROCK BRASILIENSE
Há exatos 35 anos eu tive a oportunidade de conhecer a força do, então, emergente rock brasiliense.
E tudo aconteceu quase por acaso. Era o ano de 1983 eu tinha ido passar uns dias – em torno do feriado de 1º de Maio – na casa de minha irmã Jussara em Brasília. Fiquei sabendo do festival Temporada de Rock Brasiliense pelo jornal, e isto quase no último dia de minha estada por lá. Sei que resolvi ir e uma amiga da minha irmã, chamada Jaine, topou ir comigo.

O cartaz do festival. Fonte: página Encontro Legionário no Facebook
O Festival reuniu quatro bandas: Plebe Rude, Capital Inicial, XXX e Legião Urbana. No dia em que fui, se apresentaram a Legião Urbana, sucedânea do pioneiro e mítico Aborto Elétrico e a XXX – que acabou sendo a única das quatro a não alcançar projeção nacional.
Um teatro pequeno no Plano Piloto. Plateia toda sentada, palco pequeno. Entra Renato Russo e cia. Ltda. Show muito bacana e em sintonia com o público. Duas canções ficaram marcadas em minha memória: Conexão Amazônica e, o futuro hit, Geração Coca-Cola. Em dado momento do show o pedestal do microfone de Renato cai e uma menina da plateia levanta e o coloca de volta no pequeno e baixo palco. A banda interrompe o show e Renato diz mais ou menos assim:
– Se fosse num show dos Rolling Stones ela teria sido apunhalada pelas costas mas, aqui não acontece isso. Muito obrigado.

Legião Urbana em 1983: Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Russo
O público aplaudiu-o freneticamente e eu expliquei para a Jaine o paralelo feito por Renato com o show dos Stones em Altamont. A partir daí, muita gente – inclusive eu e a Jaine – se levantou e começou a dançar. O show do XXX também foi muito bom, pena que nunca mais ouvi falar deles.
O resto é história conhecida de 11 entre 10 brasileiros. A Legião Urbana conquistou o Brasil e Renato Russo virou um ídolo atemporal.
É do segundo álbum, “Dois”, de 1986, a música que eu mais gosto da Legião Urbana: Tempo Perdido. Sua atmosfera melódica e rítmica altamente inspiradas pelos Smiths e sua letra que discorre sobre a inexorabilidade da passagem do tempo são a perfeição em forma musical.
MÚSICAS
Conexão Amazônica:
Geração Coca-Cola:
Tempo Perdido: