King Crimson 50 anos: O show em São Paulo, 2019

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PERPLEXIDADE

Ficarão para sempre na minha memória as expressões de perplexidade dos “comentaristas” do canal Multishow após a apresentação do King Crimson, domingo 6/10/19, no Rock in Rio 2019. Sorrisos amarelos, olhares que procuravam um apoio e o silêncio sepulcral. Mal sabem eles que acabavam de assistir ao rock mais avançado que já havia sido ouvido no palco do festival.

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Eu não estava no RiR, mas assisti pela telinha do avião em minha volta de São Paulo. Entretanto, eu havia sido um dos passageiros da fantástica viagem de quase 3 horas de duração proporcionada pelo King Crimson no Espaço das Américas, na capital paulista, na sexta-feira 4/10/19.

VIGOR ÍMPAR

Eu havia comprado os ingressos, para mim e para Marcia, em maio deste ano. Nem nos meus mais otimistas devaneios eu pensava que teria oportunidade de ver o King Crimson no palco. Foram cinco meses de expectativa, nos quais eu fiquei torcendo para que nenhum contratempo atrapalhasse a realização do show.

E o que presenciei durante a viagem sonora do show foi uma banda, comandada há 50 anos pelo genial Robert Fripp, esbanjando vigor e inventividade. Eu fiquei extasiado com as melodias, os ritmos, as harmonias e as cores.

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A maioria das músicas tocadas têm mais de quatro décadas de existência, mas o comandante Fripp conseguiu renová-las, mas sem mexer na sua essência. O resultado disso me provocou uma mistura de surpresa e conforto.

A inovação mais marcante se deve aos três bateristas na linha de frente. Pat Mastelotto, Jeremy Stacey e Gavin Harrison atuam em perfeita sincronia, com cada um a complementar os outros dois. Em pelo menos três momentos, inclusive na abertura, o show era exclusivo dos três bateras. Eram sons arrebatadores, poderosos, por vezes tribais, e a nos remeter ao som do Olodum ou das baterias de escolas de samba.

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Eu e Marcia, no intervalo do show.

Fripp sempre discretamente sentado num canto do palco a comandar seus frippertronics. A boa voz de Jakko Jakszyk que sustenta muito bem as canções que foram gravadas por outros vocalistas. A figura marcante de Tony Levin e seus sons graves de estremecer. E Mel Collins a fazer uma ponte com o Crimson setentista e que conquistou a plateia ao entoar a melodia de Garota de Ipanema na flauta.

É claro que vou considerar como pontos altos a execução das minhas músicas preferidas: Red, logo na primeira parte do show; uma maravilhosa In the Court of The Crimson King, que fez o público aplaudir antes de seu fim; e o apoteótico encerramento de tirar o fôlego com 21st Century Squizoid Man.

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A cara da felicidade!

Show espantosamente fabuloso, numa época em que os grandes nomes do rock surgidos nas décadas e de 60 e 70 – e mesmo posteriores – desaceleram suas apresentações ao vivo, o King Crimson ousa ousar e coloca seu som para girar em alta rotação, energia e originalidade. A verdadeira proposta original do rock em progresso (ou progressivo, caso queiram!).

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VÍDEOS

Como não foi permitido filmar, seguem vídeos oficiais do canal King Crimson (https://www.youtube.com/channel/UCBxEf1UWDjbIEoh2MAQR7zQ)


21st Century Schizoid Man:


Indiscipline:


Starless:


Trio de bateria:


 

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