Miles Davis já havia introduzido eletricidade à sua música nos álbuns “Miles in the Sky” e “Filles de Kilimanjaro”, ambos de 1968, mas é com “In a Silent Way” (1969) que se pode considerar o início de sua ‘fase elétrica’, bem como seu primeiro álbum de fusion, no caso a fusão do jazz com o rock.
Dois acontecimentos contribuíram para esse novo direcionamento musical de Miles: a reformulação de seu grupo, com a chegada de novos e jovens integrantes, e sua recém-estabelecida amizade com Jimi Hendrix.
A renovação do grupo se deu com a vinda do guitarrista inglês John McLaughlin, do baixista Dave Holland, também inglês, e do tecladista austríaco Joe Zawinul, além da efetivação do tecladista estadunidense Chick Corea. Dos antigos membros estavam Wayne Shorter (saxofone), Herbie Hancock (teclados) e Tony Williams (bateria).

Herbie Hancock, Dave Holland, Chick Corea e Miles Davis.
Foi com este time de talentosos músicos que Miles entrou no estúdio para gravar mais um álbum. Já que não tinha nenhuma ideia pronta, Miles pediu ao seu produtor, Teo Macero, para gravar tudo que eles tocassem no estúdio. Um dia de gravação e cerca de 3 horas de fitas gravadas.
Miles instigava os músicos a romperem seus limites, com frases que pareciam confusas e conflitantes: “Toque como se fosse um aprendiz” para McLaughlin, “Toque diferente do que seus dedos pedem” para Holland.

John McLaughlin
O título do álbum se deve a uma música de Zawinul levada para o estúdio e reformulada por Miles para torna-la com mais cara de rock.
O trabalho de edição de Macero e Miles reduziu o extenso material gravado a cerca de 40 minutos de uma música revolucionária e fruto de um trabalho nada convencional ao que normalmente se associa, ou se associava, ao jazz. São duas faixas de cada lado do LP, estruturadas em forma sonata: exposição – desenvolvimento – recapitulação (do tema musical).

Joe Zawinul
O sublime resultado final surpreendeu aos músicos e se refletiu no sucesso do álbum. A crítica musical foi colocada em cheque: “Isso não é jazz, mas também não é rock”. Hoje “In a Silent Way” é considerado como um dos trabalhos mais importantes da longa carreira de Miles Davis. Ele evoluiria sua fusão para outro patamar com o álbum seguinte “Bitches Brew”, de 1970, mas o meu favorito de sua ‘fase elétrica’ é “In a Silent Way”.

Miles com Chick Corea e Dave Holland
FAIXAS
Lado 1
- Shhh/Peaceful (Miles Davis)
1.1. Shhh
1.2. Peaceful
1.3. Shhh
Lado 2
- In a Silent Way/It’s About That Time (Joe Zawinul, Miles Davis)
1.1. In a Silent Way (Joe Zawinul)
1.2. It’s About That Time (Miles Davis)
1.3. In a Silent Way (Joe Zawinul)
MÚSICAS
Álbum completo:
Se não me engano, ele foi citado em dois filmes: Colateral e Trapaça.
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Não sei!
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Tem música dele em Colateral, mas não é deste disco.
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