
Em 1975, o cantor, pianista e compositor Uday Vellozo, mais conhecido como Benito di Paula, lançou seu quinto álbum e solidificou o que preconizava em seu terceiro disco: “Um Novo Samba”. Suas músicas tinham base no piano que ele “batucava” com maestria. O sucesso incomodou os mais puristas e gerou críticas até de Paulinho da Viola, nos versos do samba Argumento lançado naquele mesmo ano:
“Tá legal
Tá legal
Eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro
Ou de um tamborim”

O álbum, chamado apenas “Benito di Paula”, cujo maior sucesso foi a música Vai Ficar na Saudade, traz entre suas faixas a canção Sanfona Branca. A música é uma homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que Benito afirma ser uma de suas maiores influências. Luiz Gonzaga inspirou também Raul Seixas e até o grego Demis Roussos. Este último gravou White Wings, versão em inglês para a obra-prima do Rei do Baião: Asa Branca, em seu álbum de 1975.
Sanfona Branca já começa exaltando Gonzaga:
“Aquela sanfona branca
Aquele chapéu de couro
É quem meu povo proclama
Luiz Gonzaga de ouro”
A resposta de Lua, apelido de Luiz Gonzaga dado por Dino 7 Cordas – devido ao rosto arredondado e um largo sorriso – veio dois anos depois em uma faixa do álbum “Chá Cutuba”, a canção Chapéu de Couro e Gratidão, na qual agradece a Benito di Paula:
“Aquela sanfona branca
Aquele chapéu de couro…
Como é bonito Benito
Quem é poeta e que ver
Como é bonito Benito
Poetas como você”
Vale notar que na introdução de Sanfona Branca, de Benito, há uma citação à música Asa Branca ao piano. Já na resposta de Lua, Chapéu de Couro e Gratidão, temos uma citação dos dois primeiros versos de Sanfona Branca, também em sua introdução.
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