Paulo Fernandes
A FEIRA DO TANGERINO E A LARANJA MECÂNICA
Desde março deste ano eu e o José Maurício estávamos com passagens e reservas de hotel para participarmos da feira de discos do Tangerino em São Paulo. Como essa feira acontece nos dias de feriado pensávamos que ela ocorreria em 15 de novembro (uma bela sexta-feira!).
O que não sabíamos, quando das reservas, é que haveria show do Cat Stevens (Yusuf) em 16 de novembro. Quando, algum tempo depois, tomamos conhecimento disso passamos a considerar a hipótese de assistir ao show.
E os ingressos? Problema! Comprar pela internet tem a inconveniente taxa de conveniência. Decidimos tentar a sorte quando lá chegássemos.
Pouco antes de embarcarmos soubemos que a feira do Tangerino não aconteceria no dia 15, e sim no dia 20. Tudo reservado e pagado, vamos mesmo assim!
O tempo que seria usado na feira do Tangerino foi transferido para o realizador de “Laranja Mecânica”: a exposição Stanley Kubrick, no Museu da Imagem e do Som, que é absolutamente uma odisséia ao universo fantástico desse artista iluminado. Tive que arrastar o Zé Maurício até lá, mas penso que ele gostou do que viu.
DE OLHOS E OUVIDOS BEM ABERTOS PARA UM SHOW NOTA 11
Chegamos ao Credicard Hall por volta de 20h, o show estava marcado para as 22h, e conseguimos comprar nossos ingressos de última hora.
Por volta de 22h20, após uma overdose de comerciais repetidos nos telões, começou o show. E que SHOW!!
Eu estava esperando o Yusuf, como eu havia visto no DVD de um show de 2010: vestido de branco islâmico em um palco decorado com temas orientais, mas quem entrou foi o Cat Stevens, de jeans e tênis, a cantar Moonshadow em um palco cujos únicos enfeites eram providos pela iluminação cênica.
Que bela surpresa! É como Cat Stevens tivesse sido congelado no final da década de 1970 (quando abandonou sua carreira musical) e fosse descongelado em 2006 (ano em retomou suas atividades musicais “mundanas’). Sua voz continua excelente e suas novas composições são tão boas quanto as que eu aprendi a gostar há 40 anos.

Foto do show (https://www.facebook.com/YusufCatStevens?fref=ts)
Em suas simpáticas interações com o público ele: comentou cada uma de suas novas canções (“Esse é um novo songuism”) e algumas das antigas também, fez piada consigo mesmo ao esquecer as letras de uma ou outra música e contou que morou algum tempo no Rio de Janeiro.
Zé Maurício quase teve um ataque cardíaco tal foi sua emoção quando Cat Stevens começou a cantar All You Need Is Love dos Beatles.
Algumas canções ganharam novos arranjos, a exemplo da espetacular Sitting que ficou mais suave e de Morning Has Broken (que ele comentou não ter sido escrita por ele, mas por Deus) com introdução ao violão ao invés do piano.
Ele até cantou em português uma homenagem ao Brasil e à Copa de 2014: Jogo Bonito e disse esperar que todos ganhem, apesar de haver apenas um vencedor.

Foto do show (https://www.facebook.com/YusufCatStevens?fref=ts)
Um show perfeito que já de cara entra no meu seleto clube dos “5 Melhores”.
Obs.: * Não foram permitidas fotos de cobertura jornalística durante o show.