Paulo Fernandes
CBGB E A NOVA ONDA
O clube CBGB de Nova Iorque tem seu nome eternamente ligado ao florescimento do Punk e da New Wave no final da década de 1970.
Originalmente era palco para bandas de country, bluegrass e blues. Em 1974 de olho na efervescência musical que começava a animar o circuito underground da cidade, o CBGB abre suas portas para os grupos de rock que estariam na vanguarda da revolução musical do final daquela década.
A lista de bandas que passaram por lá, naqueles anos, é imensa, só para citar as mais importantes: Ramones, Television, Blondie, Patti Smith Group e Talking Heads.
OS CABEÇAS FALANTES
David Byrne (voz e guitarra), escocês de nascimento e nova-iorquino por adoção, fundou o Talking Heads em 1974, juntamente com o casal Chris Frantz (bateria) e Tina Weymouth (baixo). Jerry Harrison (guitarra e teclados) entrou um pouco depois.
Partindo do punk e incorporando novos elementos a cada novo trabalho, o Talking Heads ajudou a criar a linguagem do rock de toda uma era, que vai do final da década de 1970 até final da década de 1980. Juntando punk rock, new wave, vanguarda, funk e, posteriormente, world music, a música dos Heads conseguia combinar balanço dançante com letras inteligentes. Nas festas que organizávamos nos anos 1980 não podiam faltar músicas do Talking Heads, devidamente selecionadas e gravadas em fitas cassete.
A imagem simples e limpa do grupo me ajudou ainda mais a criar empatia com eles, afinal pareciam ser aqueles colegas “gente boa” da mesma escola.
A ESTRÉIA EM DISCO – “TALKING HEADS: 77”
A notoriedade conquistada pela banda em suas apresentações no CBGB lhe garantiu um contrato com a gravadora SIRE. Em 1977 é lançado o primeiro álbum: “Talking Heads: 77”.
A faixa de abertura, a sensacional Uh-Oh, Love Comes to Town, já nos mostra o que vem pela frente. O grande sucesso do disco é Psycho Killer, no Brasil é mais cultuada a versão menos acelerada que saiu no disco ao vivo “Stop Making Sense”. Mas, para mim, a música síntese do disco é Don’t Worry About The Government.
Talvez por ser um disco de estréia possui, muito poucos, momentos menos interessantes, mas que não comprometem as histórias inteligentes de Byrne que falam de “edifícios e comidas”.
Na reedição em CD há uma nota que resume bem o espírito do disco: “Havia um otimismo nessas primeiras canções do Talking Heads, uma celebração da simplicidade, uma maneira especial de lançar um olhar sobre assuntos corriqueiros”
FAIXAS
Todas as faixas compostas por David Byrne, exceto Psycho Killer, de Byrne, Frantz, Harrison e Weymouth.
Lado A
1. Uh-Oh, Love Comes to Town
2. New Feeling
3. Tentative Decisions
4. Happy Day
5. Who Is It?
6. No Compassion
Lado B
1. The Book I Read
2. Don’t Worry About the Government
3. First Week/Last Week … Carefree
4. Psycho Killer
5. Pulled Up
MÚSICAS (VÍDEOS)
Clique na imagem para ouvir e ver: