Seja lá o que se fale de bom do Arctic Monkeys, é verdade!

Paulo Fernandes

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INDIE-ROCK E INTERNET

O termo rock independente (ou alternativo) surgiu na década de 1980 e abrange uma série de bandas cujos pontos em comum são os meios de produção e distribuição de suas obras. Outro ponto importante é que esses grupos mantêm controle de suas carreiras e opções artísticas, sem a necessidade de se submeter ao “esquemão” comercial da indústria do entretenimento.

Primeiramente ligadas às gravadoras independentes, essas bandas com o passar do tempo passaram a fazer uso de novas tecnologias para divulgação de seus trabalhos. Se há alguns anos fitas-cassete eram distribuídas em shows ou tocadas em rádios independentes, mais recentemente a internet passou a ser usada para promover os artistas de indie-rock.

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Eu tenho um carinho muito grande pelo rock alternativo, desde os Smiths na década de 1980 até bandas mais recentes como Libertines, Franz Ferdinand e Arctic Monkeys, estas últimas com a vantagem adicional de poder escutá-las e discutir sobre elas com a minha filha Gabriela, que é fã de carteirinha e me alimenta com as novidades.

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ARCTIC MONKEYS

Em 2002 quatro garotos de Sheffield montaram um grupo, chamado Bang Bang, para tocar covers do Led Zeppelin. Logo começaram a escrever suas próprias canções e mudaram o nome para Arctic Monkeys.

O Arctic Monkeys ganhou fama, claro que para isso precisou mostrar que tinha qualidades, graças à internet. Tudo começou com a distribuição de CDs gravados pelo grupo durante suas apresentações ao vivo. As músicas dos CDs foram copiadas e colocadas na internet e se espalharam feito vírus pelo mundo. Com popularidade assegurada, tudo se tornou mais fácil e logo os meninos estavam gravando seus primeiros discos: singles e EPs.

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MÚSICA EM PROGRESSO

O primeiro álbum, “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not” de 2006, obteve vendas expressivas no Reino Unido e a marca de disco de estreia com mais rápida vendagem da história da música britânica. Sua sonoridade carrega várias reminiscências da música das décadas de 70 e 80, em rocks ágeis com temática juvenil e narrativas em primeira pessoa.

Em 2007 é lançado o segundo álbum “Favourite Worst Nightmare”, consolidando o prestígio do AM. Mais rápido e mais complexo que seu antecessor mostra a banda em uma saudável evolução.

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“Humbug” de 2009, com a espetacular faixa de abertura: My Propeller, agrega novos elementos musicais ao trabalho dessa turma, como a influência do rock psicodélico dos anos 60. Conseguiram demonstrar com esse trabalho maturidade e uma tendência a não se estagnar, procurando sempre inovação.

Em 2011 é a vez de “Suck It and See”, que aprofunda o namoro com rock do passado. Este eu comprei em LP de vinil e o código, que veio de brinde, para fazer o download oficial das músicas passei para a Gabriela.

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“AM”, de 2013, traz novas surpresas e amplia ainda mais o leque sonoro ao empregar elementos de R&B, soul e desert rock – Josh Homme participa em duas faixas do álbum.

A música do Arctic Monkeys, principalmente dos três últimos álbuns, é cheia de climas e texturas, eu diria, cinematográficos. As melodias estão progressivamente mais bem elaboradas e sua instrumentação mais complexa, chegando a beirar o progressivo em alguns momentos. É um tipo de música que melhora a cada audição, pois vai revelando seus segredos e detalhes aos poucos.

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MÚSICAS

Contei com o auxílio luxuoso da Gabriela para a seleção das faixas, incluindo uma versão, que eu não conhecia, para You Know I’m No Good de Amy Winehouse.

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