Paulo Fernandes
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“SINFONIA Nº7” DE LUDWIG VAN BEETHOVEN
No dia do meu aniversário de 14 anos, meu pai me deu dinheiro de presente. Pensei em comprar um LP com a grana, e o meu irmão logo se prontificou a me ajudar na empreitada. Almoçamos e saímos numa peregrinação pelas lojas de discos – e eram muitas – do centro de Goiânia. Entramos em várias e olhamos, e ouvimos, muita coisa. O Peté – apelido do meu irmão – tentava me influenciar para comprar alguma coisa que era mais do gosto dele que do meu, porém nada parecia me agradar.
Já era por volta das 19h – naquele tempo as lojas de discos ficavam abertas até mais tarde – e nada de achar o meu presente. Eu já estava cansado e querendo desistir dessa busca inútil, acho que o Peté também. Foi quando resolvemos entrar na Discoteca Som Livre – acho que era este o nome! – que ficava na Av. Anhanguera, entre a Av. Tocantins e a Rua 9.

O LP da “Sinfonia nº7” de Beethoven
E pega disco na prateleira e ouve disco na cabine de audição – bons tempos! – e eu já cansado não processava mais nada. De repente, ao sair da cabine depois de mais uma audição que não havia me conquistado, eu dei de cara com uma capa grená com logotipo amarelo e uma imagem em perfil de Beethoven. Perguntei ao vendedor:
– E aquele disco ali?
– É de música clássica – respondeu com certo desdém.
– Pegue para eu ver, por favor.
Era uma edição da “Sinfonia nº7” de Beethoven, executada pela Filarmônica de Berlim e com regência de Herbert von Karajan. Só muito tempo depois eu fiquei sabendo que era uma gravação de 1963, a mais elogiada das quatro gravações completas das sinfonias de Ludwig van feitas pelo maestro austríaco. Ouvi só uns trechos do sublime primeiro movimento e pronto! Havia achado finalmente o meu presente. Fui para casa muito satisfeito, meu irmão nem tanto.

von Karajan cheio de pose, conduzindo de olhos fechados
Desse disco – que tenho até hoje – em diante passei a colecionar LPs com as sinfonias de Beethoven, mas só servia se fossem as gravações de Karajan para o selo Deutsche Grammophon, que eram para mim – e para muitos – o suprassumo da interpretação beethoviana.
No final daquela década de 70 – quando se passou a história que contei aqui – as gravações de Karajan começaram a ser criticadas pelos especialistas – devido ao excesso de pompa do maestro – e a serem chamadas de ultrapassadas, mas eu não estou nem aí para isso e suas gravações tem lugar garantido no meu coração, principalmente a minha amada edição da “Sinfonia nº7”.

A integral das sinfonias de Beethoven com Herbert von Karajan, gravações de 1963, em CD e o LP da 7ª
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VÍDEOS
Vídeo da década de 80!
mauro.pastinha@hotmail.com
E.MAILS=2016-181.1 — 03/DOMINGO = 06:42
DISCO NOTA 11 = MEMÓRIAS, MOMENTOS & MÚSICAS =
B E E T H O V E N – Via = Pessoal do ROCKONTRO
Como escrevi no meu e.mail 2016/167.1, de 19/06: “Monumental esta postagem da semana. Também fiz estas Coleções de Clássicos (e várias outras, na fase adulta)” — Já BEETHOVEN, o
surdo que mais ouvia, me marcou indelevelmente, em função do oscarisado filme “SOCIEDADE
DOS POETAS MORTOS/1989 (Robin Williams=Saravá!)”, quando descobri “SINFONIA NÚMERO
9 – ODE À ALEGRIA” e aprendi a frase latina imortal “CARPEM DIE” (Aproveitem o dia).
Novamente ganhei meu domingo — “CARPEM DIE” — N A M A S T Ê.
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