
Poderíamos dizer que um dos mais revigorantes momentos que uma banda de rock viveu foi o álbum “Burn”, de 1974, o primeiro da terceira formação do Deep Purple.
Em 1973, o relacionamento entre o vocalista Ian Gillan e o guitarrista Ritchie Blackmore estava péssimo e culminou com a saída de Gillan e do baixista Roger Glover do grupo. O primeiro reforço a entrar foi o baixista Glenn Hughes (ex-Trapeze). Apesar de Hughes também cantar, a busca por um novo vocalista continuou, até que o desconhecido, e jovem, David Coverdale agradou aos membros da banda em seu teste.

E foi justamente o contraponto de duas vozes distintas: a voz grave de Coverdale e a aguda de Hughes, somado a elementos de soul e funk trazidos por este último, que trouxeram um frescor de novidade ao som do Deep Purple.
“Burn” é o excelente registro em estúdio deste momento singular da banda. Blackmore também não quis deixar barato e se esmerou na técnica de sua execução na guitarra.

O álbum é aberto com Burn, um rock da pesada e com uma certa pegada progressiva. A energia vocal de Coverdale, a guitarra matadora de Blackmore e os comentários dos teclados de Jon Lord fazem deste épico uma das melhores canções do Deep Purple de todos os tempos e formações.
Segue a suingada Might Just Take Your Life, cujo ponto alto é o solo de órgão Hammond de Lord. Depois vem o rock cheio de balanço Lay Down Stay Down. O lado A é encerrado por Sail Away, que é a cara de Coverdale, um rock com apelo pop.

You Fool no One abre o lado B e é outro destaque com o duelo vocal entre Coverdade e Hughes, um solo fantástico de Blackmore e uma mistura temperada de progressivo com balanço. Méritos também à bateria de Ian Paice.
Uma das músicas que mais gosto neste é álbum é o blues pesado Mistreated, em que Coverdale canta com toda sua alma e a guitarra de Blackmore parece chorar. Maravilhosa!
A instrumental ‘A’ 200 fecha o disco trazendo para primeiro plano os teclados de Jon Lord e a poderosa e versátil bateria de Ian Paice.

Em “Burn” sentimos que os cinco músicos deram o melhor de suas capacidades para fazer um trabalho perfeito e integrado. Pena que esta harmonia não durou muito tempo e no ano seguinte ao lançamento de “Stormbringer”, também de 1974, foi a vez de Ritchie Blackmore deixar a banda, descontente com o direcionamento para o lado do soul e do funk.
MÚSICAS
Álbum Completo:
Deep Purple é Deep Purple, sempre! Gosto de todas as formações, cada uma em sua particularidade, claro! Mas para mim o gênio da banda sempre foi John Lord.
Acrescento uma curiosidade: das diversas formações que a banda já teve, o único integrante que nunca se afastou e permanece desde a formação inicial até a atual é o baterista Ian Piace.
Abraços!
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O disco Live in London tem versões matadoras de algumas músicas desse álbum clássico.
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