Paulo Fernandes
Publicado originalmente em 20/09/2010
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O QUE É ROCK PROGRESSIVO?
Com o passar dos anos o termo Rock Progressivo foi se acomodando a uma faixa de estilo mais restrita, geralmente aquele rock que combina virtuosismo instrumental, influências de música clássica e jazz, entre outras coisas. Mas nos anos 1960 o termo era mais amplo e podia contemplar coisas, aos olhos de hoje tão díspares, como Beatles (a partir de “Rubber Soul”) e Led Zeppelin. Era o Rock almejando o status de arte, música em permanente evolução, em progresso.
Outra herança sessentista é o disco conceitual, ou seja aquele que conta uma história, ou descreve um conceito, ao longo de suas faixas. Provavelmente essa ideia veio dos poemas sinfônicos de Liszt e das sinfonias programáticas de Berlioz.
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O PRIMEIRO DISCO CONCEITUAL DE ROCK PROGRESSIVO?
Se até a História sofre revisões ao longo dos anos, não seria diferente com o Rock. Então se olharmos para 1967, ano importantíssimo para a música, com a visão de hoje será que poderíamos dizer que “Days of Future Passed” do Moody Blues foi o primeiro disco conceitual de rock progressivo da História?
Talvez a resposta não importe tanto quanto o fato de esse disco foi um marco por juntar todas as bases que do que hoje se chama rock progressivo: um conceito permeando todo o trabalho, virtuosismo instrumental, preocupação com a melodia, influência da música clássica (inclusive com a participação de uma orquestra sinfônica), capa bem cuidada, etc.
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MOODY BLUES
A banda foi formada em 1964 em Birmingham, Inglaterra e inicialmente tocava R&B. Seu primeiro disco, “The Magnificent Moodies”,foi lançado em 1965 e rendeu o hit Go Now. Seguiu-se um período de recesso fonográfico e mudanças de formação, no qual a banda quase encerrou suas atividades, até que apareceu a grande oportunidade.
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DIAS DE UM FUTURO PASSADO
A gravadora DECCA-DERAM pretendia testar uma nova tecnologia de gravação estéreo batizada DSS (Deram Sound System) e escolheu o Moody Blues para gravar uma versão rock-clássica da Sinfonia n°9 “Do Novo Mundo” do compositor tcheco Dvorak.
A banda ganhou carta branca e tendo a disposição toda estrutura da gravadora, porém ao invés de gravar a obra de Dvorak resolveu gravar seu próprio material uma sinfonia-rock em 7 partes, com direito a uma abertura nos moldes clássicos, The Day Begins, onde são apresentados os diversos temas musicais que serão ouvidos ao longo da obra, como conceito escolheram: “Uma jornada comum da existência humana, do nascer do dia ao pôr do sol”. Para nossa sorte,e da banda, a DECCA resolveu lançar o disco mesmo assim e ele se tornou um grande sucesso.
É um disco para ser ouvido do início ao fim, pois é no conjunto que reside sua força e beleza.
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FAIXAS
Lado A
1) THE DAY BEGINS:
a) The Day Begins (Peter Knight / Moody Blues)
b) Morning Glory (Graeme Edge)
2) DAWN:
a) Intro (Peter Knight)
b) Dawn Is A Feeling (Mike Pinder)
3) THE MORNING:
a) Intro (Peter Knight)
b) Another Morning (Ray Thomas)
4) LUNCH BREAK:
a) Intro (Peter Knight)
b) Peak Hour (John Lodge)
Lado B
5) THE AFTERNOON
a) Forever Afternoon (Tuesday?) (Justin Hayward)
b) Time To get Away (John Lodge)
6) EVENING
a) The Sun Set (Mike Pinder)
b) Twilight Time (Ray Thomas)
7) THE NIGHT
a) Nights In White Satin (Justin Hayward)
b) Late Lament (Graeme Edge)
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MÚSICAS
Clique na imagem para ouvir:
Sem sombra de duvidas, pioneiro por colocar uma oquestra tocando junto com um grupo de rock. Sem ele, o Deep Purple nunca teria gravado “Concerto For Group And Orquestra” em 24/09/1969.
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É verdade, Márcio!
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