Paulo Fernandes
Publicado anteriormente em 31/01/2011
OS BEATLES NA MINHA VIDA
Talvez Help! tenha sido a primeira música dos Beatles que me chamou a atenção, isso ainda na década de 1960, ela estava na coletânea “Oldies But Goldies” que cobria o período de 1963 a 1966. Meus passeios beatlemaníacos eram todos em discos de meu irmão Pedro César. Havia também um compacto duplo com músicas do primeiro álbum “Please Please Me” que eu também gostava muito.
As coisas só foram tomar a certa ordem cronológica na minha cabeça, isso é muito importante em se tratando da música dos Beatles, no início dos anos 1970 quando meu irmão e eu, minha pequena participação com o “Álbum Branco”, conseguimos adquirir a discografia completa.
Afora a questão da qualidade musical e da importância dos Beatles, que pode ser sentida até hoje, ainda fico extremamente admirado com o primor de gravação de todos os seus álbuns (exceção feita a “Let It Be”). E isso ainda é mais impressionante ao lembrarmos que as primeiras gravações datam de 1963. Salve George Martin!
Eu costumava, hoje um pouco menos, dedicar 1 ou 2 dias por ano para ouvir todos os discos em ordem cronológica. Recomendo a quem quiser entender um pouco mais sobre Beatles a fazer o mesmo. Só não se esqueçam de ouvir “Let It Be” antes de “Abbey Road”, pois apesar desse ter sido gravado depois daquele, foi lançado antes.
ALMA DE BORRACHA
Antes de “Rubber Soul” os Beatles lançaram 5 álbuns:
- Please Please Me – 1963
- With The Beatles – 1963
- A Hard Day’s Night – 1964
- Beatles for Sale – 1964
- Help! – 1965
Há algo diferente em “Rubber Soul” que o distingue de seus antecessores, sonoridades novas, inserção de outros instrumentos, letras mais maduras e a notável influência da psicodelia e de Bob Dylan. A personalidade de cada membro também vai ficando mais evidente.
“Rubber Soul” (Alma de Borracha) começa com Drive My Car, um rock quase hard com letra de duplo sentido, o título era um eufemismo nas letras de blues para “fazer sexo”.
Norwegian Wood com sua letra surrealista marca a primeira gravação de sitar, instrumento de cordas indiano tocado por George, numa música ocidental.
You Won’t See Me e I’m Looking Through You descrevem a crise no relacionamento entre Paul e sua namorada Jane Asher. Paul mais uma vez mostra seu talento de baladista na lírica Michelle.
Inspirado no momento em que estava vivendo John escreveu sobre a solidão em Nowhere Man, algo que também transparece em Girl, com o seu famoso suspiro amplificado.
A produção de George Harrison começa a ficar mais intensa e interessante. Nesse disco são duas: Think for Yourself e If I Need Someone, essa última inspirada no folk-rock dos Byrds.
Para mim a maior entre tantas grandes canções do disco é In My Life. Sua letra nostálgica que fala de lugares, amores e amigos, vivos e mortos. Uma melodia maravilhosa amparada por um piano luxuoso tocado por George Martin, que na reprodução acelerada soa como um cravo barroco. John disse se tratar de sua primeira obra-prima.
A capa distorcida e psicodélica não apresenta o nome da banda.
FAIXAS
Todas as faixas compostas por Lennon e McCartney, exceto as indicadas.
Lado 1
1) Drive My Car – Vocal: Paul
2) Norwegian Wood (The Bird Has Flown) – Vocal: John
3) You Won’t See Me – Vocal: Paul
4) Nowhere Man – Vocal: John
5) Think for Yourself (Harrison) – Vocal: George
6) The Word – Vocal: John,Paul,George
7) Michelle – Vocal: Paul
Lado 2
1) What Goes On (Lennon,McCartney,Starkey) – Vocal: Ringo
2) Girl – Vocal: John
3) I’m Looking Through You – Vocal: Paul
4) In My Life – Vocal: John, Paul
5) Wait – Vocal: John, Paul
6) If I Needed Someone (Harrison) – Vocal: George
7) Run for Your Life – Vocal: John
MÚSICAS
Ouça o álbum completo: