Disco Nota 11: “Pleasant Dreams” – Ramones

“TOCA RAMONES”

Os Ramones fazem parte de um seleto grupo dentro do mundo do rock: aquele cuja mística e a força só crescem com o passar dos anos, e isso mesmo após o fim da banda em 1996. Outro dia conversando com um jovem fã de punk rock, Victor, perguntei se ele já havia escutado The Vaccines (grupo inglês), eu disse:

– O som lembra muito Ramones, só que melhor executado.
A resposta foi imediata:
– Melhor que Ramones, não! Impossível!

Qual é o segredo de um rock tão básico e simples angariar essa legião de seguidores fanáticos? Não sei, talvez por ser tão básico e simples. Só sei que no início da década de 1980 essa onda também me pegou de cheio. Era impossível resistir ao apelo de pular e gritar refrões tão contagiantes. Minha primeira favorita: Now I Wanna Sniff Some Glue do primeiro álbum “Ramones” de 1976, que chegou até mim em fita K-7, já que o disco não havia sido lançado no Brasil.

Entre 1974 (início da banda) e 1978, a formação que incluía Joey, Johnny, Dee Dee e Tommy (todos assumiram o sobrenome Ramone) lançou três álbuns fundamentais e influentes: “Ramones”, “Leave Home” e “Rocket to Russia”. Em 1978, Marky Ramone entrou no lugar de Tommy.

O primeiro disco dos Ramones a ser lançado, quase simultaneamente, no Brasil foi “Pleasant Dreams” de 1981, que chegou junto com uma leva de lançamentos de gravadoras independentes americanas e europeias, que finalmente conseguiram distribuir seus produtos por aqui.

SONHOS AGRADÁVEIS

Eu não estou nem aí se os críticos não gostam de “Pleasant Dreams”, esse é o meu predileto dos Ramones.

Em busca de reconhecimento mais amplo, além das fronteiras do underground, a banda, mantendo sua energia básica intocada, deu uma polida na produção de seus álbuns. Isso resultou em duas pérolas: “End of the Century”, de 1980, produzido pelo mítico Phil Spector e “Pleasant Dreams”.

Este último foi produzido pelo inglês, membro do 10CC, Graham Gouldman. O resultado é um deleite para os ouvidos e as pernas. Um diamante bruto bem lapidado.

Pela primeira vez, esse é o sexto álbum da banda, não há foto dos músicos na capa.