A ideia da série O Vinil e a Cidade que ora se inicia nasceu na sala de aula da disciplina Rockontro: Contextos musicais, Urbanos, Arquitetônicos e Culturais do curso de Arquitetura e Urbanismo da UEG ministrada pelo professor José Maurício de Sousa. Ele propôs aos alunos fazer uma análise dos elementos arquitetônicos e/ou urbanísticos presentes em uma capa de disco previamente escolhida.

O primeiro trabalho é sobre a capa do álbum Physical Graffiti do Led Zeppelin.

Alunas: Maria Júlia de Araujo Martins / Nicole Frances de Oliveira

Physical Graffiti – Led Zeppelin

Lançado em 20 de fevereiro de 1975, Physical Graffiti sempre está presente quando o assunto é os maiores álbuns de todos os tempos. Sua capa retrata a fachada de uma edificação de Nova Iorque, 96/98 St. Mark’s Place para ser mais específico. Em sua escadaria está presente Jimmy Page, o guitarrista da banda, se prestarmos bastante atenção é possível notar a formação da palavra pig (porco) em inglês, localizada na primeira coluna da janela.

O bairro onde está localizado o edifício possui uma longa história, na área em questão, no século XIX, se estabelecem ondas de imigração alemã e ganha o apelido de “Pequena Alemanha”. Já no século XX, a rua se tornou um centro cultural e de atividades artísticas. O 96 St. Mark’s Place já foi utilizado como sede de um grupo ativista punk, o Anarchist Switchboard, e foi uma loja vintage que recebeu o nome de Physical Graffiti, mas fechou e hoje em dia é uma loja de chá chamada Physical Graffitea. O prédio sofreu inúmeras reformas para se adaptar às modernidades, mas não chegou a ser alterado de forma a descaracterizar sua fachada. A edificação continuou reconhecível para os fãs, que gostam de visitar o local, fazendo-o tornar-se um lugar turístico.

A escolha do edifício para a capa se dá por conta da simetria das janelas e do encaixe do prédio para ser utilizado na capa, contribuindo com a ideia de ecletismo e clima de misticismo que o Led Zeppelin queria transmitir em sua música. Na capa é notável a retirada do quarto andar para caber nos limites do quadrado do álbum. Outra característica marcante são as faces esculpidas nos edifícios, que marcam ainda mais a capa em questão, a tornando memorável.

O local também foi utilizado no clipe da música “Waiting on a Friend” dos Rolling Stones lançado em 1981.

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