José Maurício
Em 1979, meu Fuscão 73 precisava de uma roda gaúcha com aro 14 (naquele tempo as rodinhas eram o sucesso) para substituir as originais de aro 15. Acontece que o Odair iria se desfazer das que ele possuía em sua Brasília branca (não amarela) e combinamos em trocar as quatro rodas com os pneus e câmaras por 3.000 UMEs (unidade monetária da época), que hoje, depois de pesquisas, descobri ser Cr$3.000,00 (três mil cruzeiros).
No início de umas raras férias que tivemos (no restante do curso as greves nos fariam trocar tempos de descanso por temos de tensão e incerteza) abaixei o banco de trás da Belina 1976 e parti para Goiânia em busca de minhas rodas “tala larga”. Odair morava na Rua 20 A (atrás da Avenida Paranaíba) e quando cheguei a sua casa descobri que ele já havia voltado para Quirinópolis.
Voltando para o carro que estava estacionado na Avenida Paranaíba encontrei o primo do Humberto (ainda vou lembrar ou descobrir o nome dele) que havia chegado da Alemanha e estava vendendo uma guitarra (que eu achei que ele tinha comprado lá).
Perguntado se sabia de algum interessado, me candidatei. Fomos então à antiga Casa Bethania da Rua 3 onde ele a havia deixado pra vender e a encontrei exposta na vitrine. Não foi amor à primeira vista, na realidade não simpatizei com as cores nem com o modelo, mas era uma guitarra! E pela primeira vez eu tinha a possibilidade de possuir aquela diva de meus sonhos (embora feia).
Começou a rápida negociação:
– Quanto você quer por ela?
– Três mil e quinhentos cruzeiros.
– Dou três mil, agora e em dinheiro.
– Mentira, você não tem.
– E se tiver?
– Eu vendo.
Pronto. Entramos na loja e levei a guitarra para o porta-malas estendido da Belina estacionada em frente à loja (era fácil encontrar estacionamento em Goiânia, com exceção da Rua 20 A que era muito estreita). A guitarra é uma Sonelli, fabricada em Canela no Rio Grande do Sul no final dos anos 60
Voltei para Anápolis louco para experimentar minha nova aquisição. Quando cheguei é que me dei conta que não tinha um amplificador! Passei algum tempo ouvindo seu som através do headphone do tape deck plugando o P10 da guitarra na entrada de microfone. Tempo necessário para acostumar e apaixonar pelo seu modelo e suas cores.
Só iria ouvir o som pleno de seus captadores quando comprei a guitarra Giannini modelo jaguar do Argemiro, mas essa é outra história.
Guitarras e carros se misturam sem se confundir nas memórias do grande Zé Maurício!
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Não esquecemos, JAMAIS, os primeiros: GUITARRA, SUTIEN (que tiramos da amada) e o PRIMEIRO BEIJO..Devido a lua cheia, hoje estou meio derretido.= Direto do KAVERN CLUB PASTINHA’S (EM RECESSO, por doença.
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Pingback: A primeira Guitarra a gente nunca esquece | Patricia Finotti
Eu tinha banda em 1968, usava um baixo Begher, ainda existe no comercio ou pode ser fabricado o mesmo modelo da época…uma réplica…
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Olá Edson.
Talvez você possa encontrar um baixo Begher usado pra vender, mas você pode encomendar uma réplica com o próprio Romeu Begher como fiz ( https://rockontro.org/2013/08/23/begher-br6-a-saga-de-uma-guitarra/ ). Os panteras (conjunto que acompanhava Raulzito Seixas) também tinha um baixo Begher.
Abçs,
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